6/5/2014 12:54

Dilma busca retomar protagonismo até a Copa

826 visitas - Fonte: Brasil 247

Presidente esperava mais conforto nas pesquisas de opinião, mas está na posição que buscou estar; reconfirmou apoio de Lula, chancelado por Encontro do PT, obteve o compromisso do partido de demonizar a oposição e deu as cartas com reajuste do Bolsa Família e da tabela do IR; até 12 de junho, abertura do Mundial, Dilma Rousseff precisa retomar protagonismo político perdido nas semanas anteriores; previsão é de instabilidade; CPI da Petrobras, às vésperas de ser instalada, e tensão na economia dificultam missão; presidente terá de dar seu melhor para chegar forte à Copa e descobrir qual será o humor do eleitorado após o Mundial; talento à prova





O dia 12 de junho, abertura da Copa do Mundo, em São Paulo, é o próximo marco da campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff. A previsão do tempo político, até chegar lá, é de bastante instabilidade. Haverá, esta semana, em Brasília, a instalação da CPI da Petrobras, as pesquisas de opinião, enquanto isso, mostram alta da oposição e o campo econômico está tensionado pela inflação. Não é uma travessia nada fácil, mas Dilma acredita estar em posição favorável para superar o desafio.



A presidente acaba de obter a enésima reconfirmação de apoio do ex-presidente Lula, agora chancelado pelo Encontro Nacional do PT, na semana passada. Dilma reagiu com a defesa enfática de sua candidatura ao aquecimento dos rumores, antes da reunião petista, sobre a aquiescência de Lula a quem pede sua volta. Isso não aconteceu. A presidente ganhou força.



Com as rédeas do processo eleitoral do PT na mão – o partido comprometeu-se com ela a retomar o aguerrimento de eleições passada para empurrar a oposição para o corner de quem baixará medidas amargas contra a população. Discursos pontais, dirigidos aos empresários, tratarão de lembrar que até mesmo os empréstimos do BNDES secarão numa administração de Aécio Neves ou Eduardo Campos. O programa Bolsa-Família, tem os petistas na ponta da língua para informar suas bases e áreas de influência, iria pelos ares.



Firmando-se nas pesquisas até o início da Copa, Dilma viverá nova fase crítica durante o próprio Mundial. "Quem sabe como vai ser a Copa?", pergunta o cientista político Gaudêncio Torquato. "A depender dos resultados sociais e esportivos, a fase final da eleição, entre agosto e outubro, tomará uma ou outra forma", completa.



Mesmo com um cenário duro pela frente, Dilma chegou até aqui na exata posição em que gostaria de ter chegado ainda que com menos conforto do que esperava. À exceção da pesquisa Sensus, cujos métodos foram questionados, os demais levantamento apontam redução das intenções de voto para Dilma e queda na avaliação do governo dela, mas, ainda assim, lhe mostram uma vitória em primeiro turno.



Quanto a Lula, se o movimento para que ele volte a disputar a eleição teve algum entusiasmo dez dias atrás – seus adeptos nunca assumiram publicamente a iniciativa de lançar a candidatura do ex-presidente -, agora arrefeceu por completa. Com cara de quem não estava para brincadeiras no encontro do PT, Lula fechou qualquer porta para sequer ouvir algum tipo de apelo agora. Quanto mais se aproxima a data oficial para a escolha do nome, menos ele poderá ser alternativa à Dilma.



Está nas mãos da presidente retomar seu protagonismo no processo eleitoral. As medidas anunciadas de reajustar os benefícios do Bolsa Família e a tabela do Imposto de Renda fizeram a oposição acusar o golpe. Significa, portanto, que podem fazer o efeito esperado por ela.



Mantendo-se bem nas pesquisas até o início da Copa, Dilma chegará revitalizada à Convenção do PT e ao anúncio oficial de sua candidatura. Depois, outro jogo começa.

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