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Encontro nacional do Partido dos Trabalhadores, realizado nesta noite, em São Paulo, teve como objetivo sepultar de vez a possibilidade de "volta, Lula"; "Nossos adversários, que ganharam duas eleições e perderam três, querem um empate, mas vamos dar a eles outro empate: dois mandatos para Lula, dois para Dilma", afirmou o prefeito Fernando Haddad; Rui Falcão pediu que Dilma fosse sagrada candidata; ao falar, Lula exaltou o governo Dilma e também mencionou José Dirceu, José Genoino, João Paulo Cunha e Delúbio Soares; "enquanto nossos companheiros estão presos, o mensalão tucano voltou, de fininho, para Minas", afirmou; "a perseguição é contra o nosso partido", disse Lula, que também apontou a imprensa como "o maior partido de oposição"; por fim, garantiu: "não é possível admitir um candidato que não seja a Dilma"; a presidente, por sua vez, elogiou o simbolismo do ato do PT, que representaria a "confiança mútua" entre ela e Lula; "foi o compromisso com o povo brasileiro que nos uniu"; Dilma disse ainda que "o Brasil não voltará no tempo"
Aos gritos de "um, dois, três, é Dilma outra vez", a presidente Dilma Rousseff e seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva foram recebidos no encontro nacional do Partido dos Trabalhadores, realizado nesta noite em São Paulo. O evento serviu para sepultar de vez a hipótese de "volta, Lula".
O primeiro a enfatizar a necessidade de unidade em torno da presidente Dilma foi o presidente Fernando Haddad. "Num cenário totalmente adverso, a presidente Dilma foi capaz de preservar os empregos e o poder de compra da classe trabalhadora", afirmou. "O que querem os adversários? A volta ao passado? Ao neoliberalismo? Aos juros abusivos?" Haddad lembrou ainda que é legítimo que o PSDB busque empatar o placar das eleições presidenciais, mas propôs uma outra igualdade. "Nossos adversários ganharam duas eleições e perderam três, mas vamos dar a eles outro empate: dois mandatos para o presidente Lula e dois para a presidenta Dilma".
Em seguida, falando por um dos aliados, o PSD, Alda Marco Antônio também sinalizou que não seria aceitável a substituição de Dilma por Lula. "Em nome das mulheres, digo que seria intolerável que a presidenta Dilma não tivesse a possibilidade de reeleição", afirmou. Ao discursar em nome dos governadores, Jaques Wagner, da Bahia, também pediu apoio irrestrito a ela. "A Dilma é minha amiga. Mexeu com ela, mexeu comigo", afirmou.
Presidente do Partido dos Trabalhadores, Rui Falcão foi além. Pediu que todos os filiados ao PT consagrassem Dilma como pré-candidata naquele momento – no que foi aplaudido. "O eleitorado quer mudança", reconheceu Falcão. "Mas mudança com segurança é Dilma". Falcão também alfinetou o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que seria seu "tutor". "Eles prometem medidas impopulares e espero que no futuro não venham desdizer o que disseram". Falcão também criticou a proposta de Eduardo Campos, de uma meta de inflação de 3%. "Isso significaria aumentar o desemprego em até 60%". Por fim, assumiu ainda o compromisso por uma "Lei da Mídia Democrática", contra o que chamou de distorções e manipulações da mídia, que seriam o principal instrumento da oposição.
A vez de Lula e Dilma
Após Rui Falcão, foi a vez de Lula, que começou elogiando o pronunciamento da presidente Dilma em Primeiro de Maio. "Você estava precisando de um discurso daqueles, os trabalhadores estavam precisando e o PT também", afirmou. "Portanto, querida, faça mais". Em seguida, passou a falar sobre Petrobras. "Não é aceitável que a elite brasileira queira destruir a imagem da maior empresa brasileira, que é a Petrobras", disse Lula. "Desconfio até que tenha gente querendo fazer caixa de campanha em cima da Petrobras".
Lula também mencionou José Dirceu, José Genoino, João Paulo Cunha e Delúbio Soares. "Enquanto se preocupam em veicular todos os dias notícias sobre os nossos companheiros que estão presos, o mensalão tucano, de fininho, voltou para Minas", afirmou Lula. "A perseguição é contra o nosso partido. Eles não aceitam que façamos por esse país o que eles não fizeram em décadas". Lula também apontou a imprensa como "o maior partido de oposição do País".
Por fim, sepultou de vez o 'volta, Lula'. "Não é possível admitir um outro candidato que não seja a Dilma. Às vezes, eu leio notas em jornais de coisas que eu nunca disse. Toda vez que surgem essas bobagens, nossos adversários é que tiram proveito. Não podemos brincar. Não podemos ter salto alto. Estamos com o jogo mais ou menos ganho. Mas todos achavam que o Bayern ia ganhar em Munique e perderam de quatro a zero", afirmou. Lula antecipou viagens que fará, mas garantiu: "Depois, estarei por conta da campanha".
O ex-presidente disse ainda que é hora de "voltar a falar grosso em nome do nosso partido". No entanto, afirmou que é preciso trabalhar para recuperar imagem do PT e construir uma nova utopia. "Criamos um partido para ser diferente de tudo o que os outros faziam", afirmou. "Mas hoje parece que o dinheiro resolve tudo."
Lula também prometeu se engajar. "Dilminha, é só preparar a agenda, que o Lulinha estará ao seu lado para ganhar estas eleições".
Por fim, a presidente Dilma encerrou o encontro. Em sua fala, começou exaltando o antecessor. "O senhor é o maior líder político que o Brasil construiu nos últimos anos", afirmou. Em seguida, agradeceu a "combatividade" da militância e falou do desafio de representar o PT na campanha à reeleição. "Este ato para mim é simbólico e representa nossa confiança mútua. Foi o compromisso com o povo brasileiro que nos uniu e esse compromisso é inquebrantável", disse ela.
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