Cerveró: 'Pasadena nunca deixou de produzir'

Portal Plantão Brasil
16/4/2014 12:59

Cerveró: 'Pasadena nunca deixou de produzir'

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Em depoimento na Câmara dos Deputados, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró justifica a compra da refinaria pela estatal em 2006: "queríamos entrar no mercado de refino americano"; segundo ele, Pasadena "tem, tinha e continua tendo produção. Ela processa 100 mil barris por dia de petróleo leve"; responsável por um resumo executivo "falho" sobre a compra da refinaria, segundo a presidente Dilma Rousseff, ele dá hoje sua versão dos fatos, que não é a mesma de Dilma nem da presidente da empresa, Graça Foster; oposição critica ausência de Graça e do ministro Edison Lobão na audiência de hoje; acompanhe ao vivo



O ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró, que disse que não iria “morrer sozinho” na polêmica sobre Pasadena, depõe neste momento na Câmara dos Deputados. Ele justifica, com uma longa apresentação introdutória às perguntas dos parlamentares, a compra da refinaria de Pasadena, do Texas (EUA), em 2006. Segundo ele, a refinaria "tem, tinha e continua tendo produção. Ela processa 100 mil barris por dia de petróleo leve". Cerveró afirmou que o objetivo da Petrobras com a aquisição era adentrar no mercado de refino leve dos Estados Unidos.



Acompanhe a sessão ao vivo pela TV Câmara.



Antes do início da fala do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, deputados da oposição questionaram a ausência da presidente da estatal, Graça Foster, no debate. O requerimento para convite do ex-diretor também incluía Foster e o ministro de Minas e Energia, Edson Lobão.



"Se a presidente Graça Foster não comparecesse, o ministro Edson Lobão teria de vir. Acho importante que a presidente Foster venha aqui, ou Lobão ou [o ministro da Fazenda, Guido] Mantega, atual presidente do conselho de administração", disse o líder do PSDB, deputado Antonio Imbassahy (BA).



De acordo com o presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), houve um acordo para Graça Foster vir à Câmara na próxima quarta-feira (23). "Se tivermos a sinalização que Foster virá na próxima quarta-feira não terá requerimento [de convocação de Lobão]. Se não houver, vamos apresentar."



Histórico



Cerveró é apontado como o responsável pelo resumo executivo que orientou, em 2006, a decisão do Conselho de avalizar a compra da refinaria. Segundo a presidente Dilma Rousseff, na época presidente do colegiado, o parecer só foi aprovado porque era "falho" e não continha informações sobre a totalidade da compra que custou mais de US$ 1,2 bilhão. Segundo a presidente, faltavam no resumo duas cláusulas essenciais que, se fossem conhecidas antes, o conselho não teria aprovado o negócio. Ontem, em depoimento no Senado, a presidente da Petrobras, Graça Foster, confirmou essa versão.



Até agora, todas as tentativas de sua defesa de derrubar com ele membros do Conselho da estatal se mostraram constrangedoras. O advogado, Edson Ribeiro, na tentativa de defender o cliente para que ele não seja "bode expiatório" do caso de Pasadena, como ele mesmo diz, tem feito afirmações desmentidas por personagens do caso à época. Assim como o ministro Thomas Traumann, em nome do Planalto, e o empresário Jorge Gerdau, Fábio Barbosa, presidente-executivo do Grupo Abril, e também membro do colegiado da Petrobras em 2006, negou a versão de Cerveró, sobre a compra de Pasadena.



Os três afirmam que não receberam com 15 dias de antecedência, conforme alega o advogado de Cerveró, o contrato completo sobre a refinaria dos EUA. Ribeiro também admitiu que não tem provas para comprovar o fato: "Eu não tenho como atestar se o conselheiro A, B ou C recebeu algum documento sobre o caso específico. Se tiver necessidade, vou buscar provas", disse.



A versão foi igualmente derrubada por documentos. Reportagem dos jornalistas Sabrina Valle e Vinicius Neder, do O Estado de S. Paulo, revela que o parecer com informações fundamentais sobre a negociação ficaram prontos apenas às vésperas da reunião do conselho que decidiu pela compra da refinaria do Texas, Estados Unidos. "Nove documentos estão anexados à ata dessa reunião, datados entre 27 de janeiro e 2 de fevereiro de 2006. Sua leitura mostra que uma série de alertas foi omitida do resumo executivo apresentado por Cerveró ao conselho. Todo o processo foi feito a toque de caixa", diz a reportagem.



O depoimento de Cerveró na Comissão de Fiscalização e Controle era aguardado com ansiedade pelas bancadas da oposição que forçam a aprovação da CPI da Petrobras. No entanto, ele já fala com credibilidade abalada.



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