CPI: o caso Pasadena e o fator Paulo Roberto Costa

Portal Plantão Brasil
2/4/2014 14:25

CPI: o caso Pasadena e o fator Paulo Roberto Costa

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1286 visitas - Fonte: Jornal GGN

Alguns pontos sobre a estratégia governista em relação à CPI da Petrobras:



Há um bom conjunto de evidências apontando para erros de análise da Petrobras na compra da Pasadena – especialmente a de não ter previsto o fim do ciclo especulativo com commodities. Erro, aliás, no qual incorreram outros gigantes, como a Vale, a Anglo American e a Rio Tinto.



Tiro no pé 1



A nota da presidente Dilma Rousseff provavelmente teve a intenção de mostrar que ela não compactuou com o erro administrativo. Ou seja, sua preocupação é que sua imagem de boa gestora pudesse ser afetada. O efeito foi outro: a nota lançou sobre a operação suspeitas maiores. A leitura geral foi: se houve apenas erro administrativo. Porque essa pressa em se desvencilhar das responsabilidades? Pode ser que as investigações da Polícia Federal e do Ministério Público tenham chegado a provas até agora não divulgadas. Se não chegaram, foi tiro no pé.



Até então, não havia que sugerisse indícios de corrupção. Até o insuspeito Ministro José Jorge, do TCU (Tribunal de Contas da União) trabalhava com a hipótese de erro administrativo.



Ao mencionar informações que teriam sido sonegadas ao Conselho de Administração, Dilma lançou as sombras da suspeita sobre a operação.



As duas cláusulas apontadas como suspeitas não eram. A cláusula put é normal em transações desse tipo. E a cláusula Marlim – pela qual a Petrobras assegurava 6,9% de rentabilidade à Astra em cima dos novos investimentos -, nunca chegou a ser acionada, porque não houve os investimentos.



Tiro no pé 2



A demissão do diretor Nestor Cerveró que participou da compra da Pasadena e foi deslocado para a BR Distribuidora. Houvesse mais malícia, ele seria chamado para uma estratégia comum de defesa da companhia e da operação. Em vez disso, entrou-se em uma caça às bruxas, buscando encontrar um culpado pelos erros de avaliação em Pasadena.



A demissão suscitou dois efeitos. O primeiro, a justa desconfiança: se ele tinha culpa no cartório, qual a razão de ter permanecido na empresa até agora? O segundo efeito é que jogou Cerveró nos braços da oposição.



Tiro no pé 3



Do mesmo modo, o ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli está sendo lançado ao mar. Para se defender, provavelmente irá expor desavenças com Dilma, no âmbito do Conselho de Administração. Divergências técnicas, estratégicas, serão potencializados pela oposição para reforçar a ideia de uma empresa que perdeu o rumo.



O fator Paulo Roberto Costa



Por conta do bilhete de Dilma ao Estadão, constituiu-se uma CPI que atirou no que viu – o caso Pasadena – mas vai acertar no que ainda não viu: o fator Paulo Roberto Costa, o ex-diretor preso recentemente pela Polícia Federal, por envolvimento com o doleiro Alberto Yousseff.



Pelas informações que vazaram nos últimos dias, Paulo Roberto era o chamado “sem noção”. Seu padrinho original foi o senador Delcídio do Amaral, do PT.



Acabou se aproximando do PR, mantendo com estreita relação com o deputado paranaense José Janene, aliás, seu conterrâneo. O principal mala preta de Janene, João Cláudio Genu, era visitante contumaz de Paulo Roberto.



Na CPI de 2009, fontes internas da Petrobras fizeram chegar denúncias contra ele para o senador Álvaro Dias. O PR foi pedir ajuda ao presidente do Senado Renan Calheiros. Houve uma conversa entre Paulo Roberto e Renan, na qual o executivo “chorou feito criança”, segundo uma das testemunhas.



Depois da CPI, tornou-se também devedor de Renan. Daí a disputa sobre quem não é o pai da criança, entre Delcídio e Renan.



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