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Em férias no exterior, o executivo Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras e da BR Distribuidora, demitido na última sexta-feira, se tornou a peça-chave de uma eventual CPI da Petrobras; a interlocutores próximos, ele teria dito que não aceita ser transformado em bode expiatório; compra da refinaria de Pasadena foi negociada por sua diretoria, que teria produzido um parecer "omisso" e "falho", segundo a presidente Dilma Rousseff; fala de ex-diretor poderá incendiar o Congresso e ele é a grande esperança da oposição
Em menos de uma semana, o executivo Nestor Cerveró, ex-diretor da área internacional da Petrobras e da BR Distribuidora, saiu do quase anonimato ao posto de celebridade do mundo dos negócios. Sua diretoria foi apontada pelo Palácio do Planalto com responsável por um parecer "omisso" e "falho", que redundou na compra da refinaria de Pasadena, no Texas. Demitido na última sexta-feira, Cerveró é a grande esperança da oposição para tornar inevitável uma possível CPI da Petrobras, cujas chances de instalação hoje parecem remotas.
Num post publicado nesta manhã pelo jornalista Josias de Souza, informa-se que Cerveró, de férias no exterior, não pretende ser transformado em bode expiatório do caso de Pasadena, nem passar para a história como um executivo relapso ou desonesto. Isso teria sido dito por ele a dois interlocutores do mundo político, em tom de ameaça, segundo Josias.
Cerveró, como se sabe, manteve boas relações tanto com o PT como com o PMDB, enquanto esteve na Petrobras. Foi indicado para a diretoria internacional pelo senador Delcídio Amaral (PT-MS), também ex-diretor da Petrobras, que insinuou que Cerveró era indicação de Renan Calheiros (PMDB-AL). Renan, por sua vez, retrucou, dizendo que "Delcídio não indicou Cerveró para roubar a Petrobras".
Assim que chegar ao Brasil, o ex-diretor da estatal certamente será assediado por lideranças da oposição, que alinham seu discurso. Ontem, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que era contrário à instalação da comissão, mudou sua posição e passou a seguir o discurso do presidenciável Aécio Neves (PSDB-MG).
“Os acontecimentos revelados pela imprensa sobre malfeitos na Petrobras são de tal gravidade que a própria titular da Presidência, arriscando-se a ser tomada como má gestora, preferiu abrir o jogo e reconhecer que foi dado um mau passo no caso da refinaria de Pasadena. Pior e fato único na história da empresa: um poderoso diretor está preso sob suspeição de lavagem de dinheiro”, disse ele, em nota.
“Sendo assim”, acrescentou FHC, “mais do que nunca se impõe apurar os fatos. Embora, antes desse desdobramento eu tivesse declarado que a apuração poderia ser feita por mecanismos do Estado, creio que é o caso de ampliar a apuração. O presidente do PSDB, senador Aécio Neves, conduzirá o tema, em nome do partido, podendo mesmo requerer, com meu apoio, uma CPMI.”
Sem força no Congresso, o PSDB não conseguirá aprovar uma CPI sem o apoio de rebeldes na base aliada, mas o blocão, montado pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), já se dissolveu.
Todas as esperanças da oposição, agora, recaem sobre o ex-diretor Nestor Cerveró.
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