Após farra do IBOPE, Petrobrascai na Bovespa

Portal Plantão Brasil
21/3/2014 11:49

Após farra do IBOPE, Petrobrascai na Bovespa

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1870 visitas - Fonte: Brasil 247

Alvo de especulação político-financeira, estatal abre pregão da bolsa de valores de São Paulo com suas ações caindo mais de 3%; mercado financeiro apostou contra a presidente Dilma Rousseff na pesquisa Ibope, de Carlos Augusto Montenegro, mas perdeu; no início do pregão, estatais amenizam queda



Aos olhos da Comissão de Valores Mobiliários, que fiscaliza o mercado de ações na Bolsa de Valores de São Paulo, a maior empresa brasileira está sendo usada por especuladores. Hoje, após ter registrado três dias de altas, em razão dos rumores de uma pesquisa Ibope que supostamente apresentaria perda de pontos para a presidente Dilma Rousseff, as ações da Petrobras abriram o dia em forte queda, superior a 3%. O motivo é o mesmo: a pesquisa Ibope, presidido por Carlos Augusto Montenegro.



A queda, agora, é atribuída ao resultado real da pesquisa, que saiu ontem, após o fechamento do pregão. Nela, a presidente Dima Rousseff apresentou 43% de preferências, com pontuação de sobra para vencer em primeiro turno. À medida em que ela pratica uma politica de governo que não combina com os interesses do mercado financeiro, notadamente repleto de especuladores, esses mesmos especuladores descontam a frustração na derrubada dos papéis da Petrobras e de outras estatais -- vendendo agora as mesmas ações que haviam comprado desde a segunda-feira 17, ao sabor dos rumores em torno do Ibope.



A Comissão de Valores Mobiliários, que tem o papel de fiscalizar o mercado e deixá-lo à salvo desse tipo de ação -- que, de resto, afugenta desde sempre o grande público de investir em ações -- até agora não se manifestou sobre o caso. Mas bem poderia. Nos Estados Unidos, a SEC (Securities and Exchange Commission) não costuma permitir que esse tipo de especulação progrida sem duras investigações a respeito do ocorrido.



No centro da cena especulativa aparece o Ibope. Em eleições anteriores, o instituto de Carlos Alberto Montenegro já esteve no noticiário sob suspeita de produzir resultados ao feitio de seus clientes. Mais de uma vez os números eleitorais apresentados pelo Ibope na reta final de disputas, inclusive nas chamadas pesquisas de boca de urna, se mostraram bem diferentes do resultado verdadeiro.



A especulação financeira tende a continuar. Mas um paliativo, ao menos, pode ser determinado pelo Tribunal Superior Eleitoral, que normatiza as eleições: a obrigatoriedade de divulgação de resultados de pesquisas apenas nos finais de semana. Isso impediria, ao menos parcialmente, tantos movimentos a favor de ganhos imediatos - e perda de credibilidade.



Abaixo, notícia do portal Infomoney, parceiro de 247, a respeito do açoite ao qual a Petrobras vai sendo submetida;



Dez notícias sobre a Petrobras que você precisa saber antes da Bolsa abrir hoje



Mantega e Graça Foster se reunirão nesta sexta-feira em São Paulo para reunião do conselho da companhia, ex-presidente da Petrobras contradiz Dilma e Eduardo Campos diz que Brasil está "perplexo" diante de denúncias



SÃO PAULO - O noticiário para a Petrobras (PETR3;PETR4) continua bastante agitado e promete mexer ainda mais com os ativos da companhia na sessão desta sexta-feira (21). No radar do mercado, chama a atenção a divulgação da Pesquisa Ibope na noite da véspera e o desenrolar do escândalo sobre a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA. Confira as dez notícias sobre a petrolífera que devem continuar movimentando o mercado:



1. Mercado é "contrariado" com pesquisa eleitoral Após o fechamento do mercado da última quinta-feira (20) foi divulgada uma pesquisa Ibope sobre as eleições presidenciais, fato que era amplamente aguardado pelo mercado. Porém, diferente da expectativa dos investidores, que se preparavam para ver a presidente Dilma Rousseff perdendo espaço na liderança das intenções de voto, a pesquisa mostrou que ela seria reeleita ainda no primeiro turno. Com isso, os ADRs da Petrobras, que subiram forte nos últimos dias diante dessas expectativas, registraram forte queda na bolsa norte- americana.



Após subirem 6,15% neste pregão, os ativos PBR, que representam as ações ordinárias da petrolífera, registraram queda de 3,37% no after hours da NYSE, atingindo o valor de US$ 11,18. Enquanto isso, os papéis PBR-A, que representam os ativos preferenciais da companhia, atingiram perdas de 3,09%, a US$ 11,60, enquanto durante o pregão, esses ADRs subiram 5,37%. No pré-market da NYSE, o dia também é de perdas para os ADRs PBR, com baixa de 2,77%.



Segundo a pesquisa, divulgada no O Estado de S. Paulo, Dilma Rousseff está com 43% das intenções de voto, enquanto Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos PSB registram 15% e 7%, respectivamente. O resultado mostra pouca diferença em relação à pesquisa de novembro de 2013, quando Dilma tinha os mesmos 43%, contra 14% de Aécio e 7% de Campos.



2. Ex-presidente da Petrobras contradiz Dilma em entrevista à TV Em entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo, da última quinta-feira, o ex-presidente da companhia, José Sérgio Gabrielli, contradisse Dilma e afirmou que ela tinha sim conhecimento sobre a cláusula que obrigava a Petrobras a comprar o restante da refinaria de Pasadena, as chmadas Put Option e Marlim.



Gabrielli ainda afirmou que a cláusula é comum no tipo de contrato fechado e reconheceu o impacto sobre a empresa mas, mesmo assim, disse que foi um bom negócio. Dilma disse que estas cláusulas só chegaram ao seu conhecimento em 2008 e se soubesse dessas informações, elas não seriam aprovadas pelo conselho.



3. CVM investiga compra de refinaria A aprovação da compra da refinaria pela Petrobras também é alvo de investigação pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) desde janeiro do ano passado. A Comissão abriu processo a pedido de Romano Allegro, acionista minoritário da companhia.



O caso está Gerência de Orientação aos Investidores desde outubro e não há mais detalhes sobre o desenrolar do processo.



4. Companhia também será investigada pela compra de 2 usinas de biodiesel A polêmica envolvendo a aquisição da refinaria de Pasadena pela Petrobras parecer ter aberto precedente para investigação de outras compras realizadas pela estatal nos últimos anos. A Câmara dos Deputados aprovou o pedido de auditoria feito pelo TCU (Tribunal de Contas da União) sobre a compra de 50% de participação em duas usinas de biodiesel feitas pela Petrobras Biocombustível - e que movimentaram juntas R$ 255 milhões.



Uma das usinas adquiridas fica em Marialva, no Paraná, e outra em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul. Segundo argumentação feita pelo deputado Luiz Carlos Heinze (PP-RS), existe a possibilidade de gastos acima do normal, citando como a usina de Marialva. De acordo com o deputado, 100% dela foi comprada pela Indústria e Comércio de Biodiesel Sul (BSBios) por um total de R$ 37 milhões em setembro de 2009; dois meses depois, a Petrobras Biocombustíveis pagou R$ 55 milhões por apenas metade.



Já a segunda compra, feita em 2011, resultou em um gasto superior a R$ 200 milhões pela usina de Passo Fundo.



5. CPI está em vias de ser instalada com apoio da base governista Os partidos de oposição articulam a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a Petrobras e estão apostando na insatisfação de aliados do governo na Câmara dos Deputados para reunir as 171 assinaturas necessárias para abrir a investigação.



Os partidos de oposição PSDB, DEM, PPS, PSB e Solidariedade têm pouco mais de 120 deputados e precisam encontrar pelo menos 51 parlamentares da base aliada dispostos a apoiar a criação de uma CPI. O atual ambiente de rebelião entre aliados deixa o governo apreensivo sobre sua capacidade de impedir esse apoio, disse à Reuters uma fonte do Palácio do Planalto.



"Teremos o apoio senão de partidos da base, pelo menos de (deputados) dissidentes", disse à Reuters o líder da minoria na Câmara, deputado Domingos Sávio (PSDB-MG). Até agora, segundo ele, há pouco mais de 20 assinaturas apoiando a abertura da CPI.



O presidente do PSDB e provável candidato à Presidência da República, senador Aécio Neves (MG), disse que o objetivo da oposição é apresentar o requerimento para criação da CPI na próxima terça-feira.



"Aqueles da base do governo que dizem querer investigar essa questão, que já nos ajudaram a aprovar a comissão externa para investigar outras denúncias envolvendo a própria Petrobras...nós esperamos que possam nos ajudar para que essa questão seja esclarecida", disse Aécio a jornalistas. A Câmara dos Deputados aprovou no início do mês, por 267 votos a favor e 28 contra, a criação de uma comissão externa para acompanhar apurações que estariam ocorrendo na Holanda sobre suposto pagamento de propina por uma empresa holandesa a funcionários da Petrobras.



6. Gerdau diz ter se mostrado contrário às cláusulas em Pasadena O empresário e conselheiro da Petrobras Jorge Gerdau Johannpeter, do grupo Gerdau, afirmou que "ao aprovar em 2006 a operação de compra e 50% de participação na refinaria Pasadena, não tinha conhecimento, como os demais Conselheiros" das cláusulas de compra de participação, - as Put Options e Marlim. Ele disse que o negócio foi decidido tendo como base "avaliações técnicas de consultorias com reconhecida experiência internacional, cujos pareceres apontavam para a validade e a oportunidade do negócio." E disse ainda que, ao saber das cláusulas, posicionou-se contrário ao negócio.



7. Mantega e Foster em SP para reunião do conselho Guido Mantega - ministro da Fazenda - e Graça Foster estarão em São Paulo nesta data para reunião do conselho de administração da Petrobras, de acordo com informações da agenda do ministério da fazenda. A reunião começará às 11h30 (horário de Brasília) e ocorrerá no edifício da Petrobras, na Avenida Paulista.



A expectativa é de que se cobrem explicações sobre o aval da presidente Dilma em 2006 - na época ministra de minas e energia - para a compra da refinaria de Pasadena, além de também tratar das investigações sobre o suposto pagamento de propina a funcionários da holandesa SBM Offshore.



8. Após Aécio, Campos diz que Brasil está "perplexo" diante de denúncias Depois do senador e pré-candidato à Presidência da República, Aécio Neves (PSDB) dizer que a Petrobras se tornou a "OGX da presidente Dilma", durante pronunciamento no plenário do Senado, desta vez o também pré-candidato Eduardo Campos que se manifestou sobre o escândalo da compra da refinaria em seu Twitter.



O governador de Pernambuco disse que "o Brasil está perplexo" diante das notícias. "Não é à toa que a Petrobrás vive, hoje, a maior crise desde sua fundação. Perdeu metade de seu valor nos últimos três anos. Petrobras não é um recurso do governo. Ela é um patrimônio do Brasil. E precisa ser vista como tal", afirmou.



9. PF investiga há mais de cinco meses contratos suspeitos A Polícia Federal investiga há mais de cinco meses as suspeitas de evasão de divisas e superfaturamento em negócios da petrolífera. Serão instaurados cinco inquéritos, todos ligados a negócios da área Internacional e fechados em 2013.



Como destaca a Agência Estado, todos os contratos investigados têm origem na área Internacional da Petrobras, que durante muitos anos sofreu influência do PMDB e aval do PT.



10. Ex-diretor da Petrobras é preso por lavagem de dinheiro A Polícia Federal prendeu na véspera um dos envolvidos no escândalo da refinaria Pasadena, o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras, Paula Roberto Costa.



Contudo, ele foi preso por conta da Operação Lava Jato, que teve início na segunda-feira e investiga desvios de dinheiro da ordem de R$ 10 bilhões. Na residência de Costa, foram encontrados R$ 700 mil e US$ 200 mil em espécie.



Costa foi preso após os seus familiares terem tentado destruir provas e documentos na consultoria aberta por ele cinco meses após deixar a petrolífera. Na operação, a PF descobriu que Costa ganhou um carro de presente do doleiro Albert Yousseff, principal personagem do esquema de lavagem de dinheiro que movimentou cerca de R$ 10 bilhões. Yousseff foi um dos principais personagens da CPI do Banestado, em 2005, quando afirmou em depoimento que pagava propina para diretores do banco do Estado de Paraná.



Na Petrobras, onde Costa foi diretor durante o governo Lula, ele era um dos mais poderosos executivos, visto, dentro e fora da companhia, como alguém com tanto poder quanto o então presidente José Sergio Gabrielli.



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