13291 visitas - Fonte: -
O ansioso blogueiro acaba de voltar de uma viagem à China.
Desde domingo debruça-se sobre o PiG (*) impresso e suas manifestações na Globo Overseas.
E concluiu que na imprensa da China há mais liberdade de expressão, mais “contraditório”.
Nos jornais chineses em inglês e nos diversos canais em inglês da tevê estatal CCTV – de excelente qualidade, aliás – é possível encontrar notícias “do contra”.
Sobre a crescente desigualdade de renda entre o campo e a cidade.
Sobre a devastadora poluição, especialmente em Beijing, e perto das siderúrgicas, das cimenteiras e das fábricas de papel.
Sobre o infernal engarrafamento de trânsito em Beijing e Shangai.
Sobre os impasses criados com fim da política do filho único – as empresas começam a não contratar mulheres entre 20 e 40 anos.
O aumento do custo de vida em Shangai – o maior do mundo, segundo a Economist.
A feroz campanha anti-tababagista.
A burocracia que trava os negócios e o Governo.
Trata-se, como se sabe, de um regime comunista.
Para um cidadão receber em casa, no cabo ou por satélite, a BBC ou a CNN tem que ter autorização do Governo.
O ansioso blogueiro assistia à BBC.
(Um dos melhores momentos de uma viagem ao exterior é acompanhar os acontecimentos do mundo, no caso, na BBC Ásia, longe da mediocridade colorida dos correspondentes da Globo, que falam, de Londres, sobre a Malásia ou a Crimeia…)
Quando entrou no ar matéria sobre uma manifestação contra o Governo, na Praça da Paz Celestial, em plena luz do dia, a tela transformou-se numa placa preta, sem som e, minutos depois, voltou a BBC ao ar, normalmente, como se nada tivesse acontecido.
As autoridade chinesas atribuem recentes atentados e manifestações em Beijing a grupos islâmicos de origem mongólica.
Outras experiências interessantes: o acesso ao Google e ao New York Times se faz na velocidade das teles brasileiras …
Na mídia nativa, como diz o Mino, há um regime “comunista” mais impermeável e sólido.
De tipo Coreia do Norte, presume-se.
Porque, aqui, não tem perdão.
É tudo contra !
Quando deixou o Brasil, a Urubóloga anunciava o apagão.
Agora, a inflação desembestada.
Amanha será …
Qualquer coisa !
(Sobre o apagão de água dos tucanos de São Paulo, nada … Tem que esperar o Bessinha se manifestar.)
No Globo, no Estadão, na Folha (**), no Mau Dia Brasil – o regime “comunista”, centralizado, universal, exerce seu poder de forma implacável, estaliniana.
Não passa nada a favor.
Por isso, a “política” partidária no Brasil é esse minueto artificial.
Tudo se resume a conseguir “tempo de tevê”.
O PMDB – leia-se FHC – não presta pra nada: vale o tempo de tevê que tem.
E só.
A política brasileira gira, gira, e roda em torno do horário eleitoral gratuito.
Quando, enfim, os governos trabalhistas conseguem abrir a boca.
Ainda na China, o ansioso blogueiro assistiu a interessante entrevista do novo Primeiro-Ministro da Itália, Matteo Renzi, ao importante programa “Porta a Porta”.
Sobre a RAI, a tevê estatal, ele disse que tanto como “informar” o papel da RAI é “formar”.
Quando a RAI exibe a “Tosca” ou o “Nabucco”, ela diz ao jovem italiano: você faz parte de uma tradição cultural que é preciso preservar.
Renzi morreria de espanto no Brasil.
Aqui, quem “forma” são o Faustão e o Pedro Bial …
O Berlusconi tentou partidarizar e privatizar a RAI e não conseguiu.
A imprensa chinesa não será privatizada.
E sempre será do Partido.
Mas, o chinês se informa melhor que o brasileiro.
E o venezuelano também, como, aliás, o Rodrigo Vianna se cansou de demonstrar.
Sobre essas considerações inúteis, não perca o excelente – como de hábito – artigo do professor Venício Lima.
Follow @ThiagoResiste
APOIE O PLANTÃO BRASIL - Clique aqui!
Se você quer ajudar na luta contra Bolsonaro e a direita fascista, inscreva-se no canal do Plantão Brasil no YouTube.