Guerras Sujas: como os Estados Unidos assassinam inocentes

Portal Plantão Brasil
18/3/2014 09:32

Guerras Sujas: como os Estados Unidos assassinam inocentes

Guerra Suja trata de ações militares dos Estados Unidos contra civis em países estrangeiros. Entre as vítimas estão crianças e mulheres grávidas.

0 0 0 0

2374 visitas - Fonte: -

Guerras Sujas, dirigido por Rick Rowley, trata de ações militares dos Estados Unidos contra civis no Afeganistão, no Iêmen e na Somália, e que não são justificadas e nem reconhecidas pelo governo americano. Entre as vítimas estão crianças, mulheres grávidas e até um cidadão americano.



O documentário questiona a declaração oficial de que as forças armadas estariam nessas regiões apenas para garantir a segurança e não para atuarem em combate. O longa-metragem foi indicado ao Oscar 2014 de melhor documentário, mas perdeu a estatueta para A Um Passo do Estrelato.



Logo no início do filme, o jornalista Jeremy Scahill, correspondente da revista The Nation, promete revelar os verdadeiros interesses dos EUA. Contudo, não consegue relacionar claramente o envolvimento ilícito do governo americano em atividades militares supostamente clandestinas. O final do filme é inconclusivo.



Autor do livro Blackwater, sobre uma companhia de mercenários no Iraque que teria contratos de 600 milhões de dólares com o Washington, Scahill investiga principalmente as ações do Comando de Operações Especiais Conjuntas (J-SOC), grupo de elite do exército americano acusado de executar supostos inimigos em nome do combate ao terror, desencadeado após o 11 de setembro.



Para contar a sua história, ele reúne em uma sala vazia, que se transforma em uma verdadeira base de operações, mapas, fotografias, e-mails, gráficos e dossiês. Scahill vai montando o seu quebra-cabeças, conectando dados históricos com as suas anotações de repórter.



O documentário ganha ares de um thriller de conspiração. Os cenários sombrios, estradas desertas, a narração que conduz ao suspense e enquadramento próximo ao rosto do repórter reforçam o clima de que tudo tenha sido planejado secretamente pelo governo americano.



Mas, sendo um filme documentário, Scahill entrevista ex-oficiais, congressistas, parentes das vítimas, visita os locais dos ataques, mostra fotografias dos mortos e até descobre uma suposta lista com alvos civis do J-SOC.



O trabalho de investigação começa em Gardez, no Afeganistão, onde uma família tem sua casa invadida durante à noite por uma unidade militar americana. Um homem e duas mulheres grávidas são mortos. Em princípio, não há razão para a operação, pois nenhum membro da família afegã era suspeito de terrorismo.



Em seguida, Scahill viaja para o Iêmen, onde visita um vilarejo destruído por mísseis de fabricação americana. Na ocasião, 46 pessoas foram mortas, entre elas, 21 crianças e 14 mulheres. Ironicamente, os habitantes do local passaram a usar o termo “talibã americano” ao se referirem os soldados americanos, responsabilizados pelo ataque.



Um dos alvos no Iêmen seria Anwar Al-Awlaki, cidadão americano e simpatizante dos tabilãs. Al-Awlaki comandava um programa de rádio que fazia propaganda contra a política dos EUA. A partir desse momento, o filme de Rowlei passa a questionar o fato de o governo assassinar um cidadão americano sem antes tê-lo julgado formalmente, o que, em principio, a Constituição proíbe.



De acordo com o documentário, o J-SOC também foi o responsável pela morte de Abdul-Rahman Al-Awlaki, de 16 anos, filho de Al-Awlaki. Um foguete, disparado por um drone teria matado o rapaz.



A força militar sintetiza o valor da extensão territorial e do poder econômico da grande potência americana. Gérald Lebrun, em O que é Poder (editora brasiliense.1991), citando Max Weber, define potência como toda a oportunidade de impor a sua própria vontade, no interior de uma relação social, até mesmo contra resistências, pouco importando em que repouse tal oportunidade.



Segundo o filósofo francês, existe poder quando a potência, determinada por uma certa força, se explicita de uma maneira precisa. Não sobre o modo da ameaça, da chantagem, mas sob o modo da ordem dirigida a alguém que presume-se, deve cumpri-la. Guerra Suja é uma mostra dos Estado Unidos exercendo o seu poder como potência.



APOIE O PLANTÃO BRASIL - Clique aqui!

Se você quer ajudar na luta contra Bolsonaro e a direita fascista, inscreva-se no canal do Plantão Brasil no YouTube.



O Plantão Brasil é um site independente. Se você quer ajudar na luta contra o golpismo e por um Brasil melhor, compartilhe com seus amigos e em grupos de Facebook e WhatsApp. Quanto mais gente tiver acesso às informações, menos poder terá a manipulação da mídia golpista.


Notícias do Flamengo Notícias do Corinthians