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O Parlamento "fez uma proposta à Federação Russa para admitir a República da Crimeia como novo integrante com o status de república", informou a Casa em comunicado em sua página na Internet; nas ruas, população comemora resultado do referendo, em que a anexação à Rússia recebeu 96,6% dos votos
O Parlamento da Crimeia pediu oficialmente para se tornar parte da Rússia nesta segunda-feira, um dia após referendo na região sul da Ucrânia ter mostrado maioria esmagadora favorável a adesão à Federação Russa.
O Parlamento "fez uma proposta à Federação Russa para admitir a República da Crimeia como novo integrante com o status de república", informou a Casa em comunicado em sua página na Internet.
Uma delegação do Parlamento da Crimeia tem visita a Moscou prevista para esta segunda-feira para discutir os procedimentos necessários para que a península do mar Negro se torne parte da Federação Russa.
(Reportagem de Lidia Kelly e Dmitry Antonov)
Leia ainda reportagem da Agência Brasil sobre o resultado da votação:
Ucrânia: 96,6% votaram a favor da reunificação da Crimeia com a Rússia
*Da Agência Brasil
Um total de 96,6% dos eleitores da Crimeia votou a favor da reunificação com a Rússia no referendo desse domingo (16), informou hoje (17) o presidente da Comissão Eleitoral da Crimeia, Mikhailo Malychev. "Esses dados já não variam", disse Mikhailo Malychev, que estimou em 82,71% a participação na consulta feita na península banhada pelo Mar Negro.
"Resultados definitivos do referendo em 96,6 a favor!”, escreveu, por sua vez, o primeiro-ministro pró-Rússia da Crimeia, Serguii Axionov, em sua conta no Twitter. Em sessão extraordinária, o Parlamento da Crimeia vai aprovar hoje os resultados do referendo e, em seguida, pedir ao presidente russo, Vladimir Putin, que aceite a República Ucraniana na Federação Russa.
O referendo, que incluiu duas perguntas - “Aprova a reunificação da Crimeia com a Rússia como membro da Federação Russa?” e “Aprova a restauração da Constituição da Crimeia de 1992 e o Estatuto da Crimeia como parte da Ucrânia?” - é considerado ilegal pelas novas autoridades de Kiev e pela maioria da comunidade internacional. Só Moscou defende que se trata de uma consulta “legítima”.
As autoridades autônomas da Crimeia convocaram o referendo de domingo na sequência da deposição do presidente ucraniano pró-Rússia, Viktor Ianukóvitch, em fevereiro, após três meses de violentos protestos em Kiev, liderados pelas forças da oposição.
Depois da queda de Ianukóvitch, forças apoiadas pela Rússia assumiram o controle da península do Sul da Ucrânia, transformada no foco do mais grave conflito entre Leste e Ocidente desde o fim da Guerra Fria.
Seis décadas após a decisão unilateral do então dirigente soviético Nikita Khrushchev, de anexar essa região tradicionalmente russa à Ucrânia, as respostas às duas questões colocadas aos eleitores da Crimeia no referendo poderão definir por muito tempo as relações entre a Rússia e o Ocidente.
Em um território habitado majoritariamente por 58,32% de russos, 24,32% de ucranianos (ambos de religião ortodoxa) e 12,1% de tártaros da Crimeia (muçulmanos), previa-se que o desfecho da consulta não fosse surpreendente, depois de uma sondagem recente ter previsto um “sim” esmagador à união com a Rússia.
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