1487 visitas - Fonte: Tijolaço
A lista de bilionários divulgada ontem pela Forbes é muito curiosa em relação ao Brasil.
Além do crescimento da fortuna dos “Irmãos Marinho”, do qual a gente já falou aqui, chama a atenção o fato de o número de brasileiros na lista do bilhão de dólares ter crescido de 46 para 65, quase 41,3% em seis meses.
Já a lista global, onde aparecem os 1.645 bilionários do planeta, era antes de 1.216. Os 268 bilionários a mais representam um acréscimo de 19,5%.
Claro que uma comparação destas está longe de pretender ter algum valor estatístico exato.
Mas, mesmo de forma grosseira, que a queda no crescimento brasileiro não significou uma redução da queda dos brasileiros mais ricos, riquíssimos.
Uma matéria da Folha, hoje, ajuda a entender melhor como se fazem – ou não se fazem – novas fortunas no Brasil.
Como saíram oito brasileiros da lista – a começar por Eike Batista – o número de novos figurantes é de 27.
E, diz a Folha, 15 entre eles entraram por simples heranças, embora outros possam ter entrado no ranking “agregando valor” a negócios herdados.
Assim, a partilha prévia fez Antonio Ermírio “virar” cinco bilionários, a morte de Roberto Civita criou outros três e por aí vai.
O Brasil não rompeu, ainda, com sua tradição de ter elites herdeiras.
Herdeiras e perdulárias, porque acreditam pouco no Brasil e em sua capacidade de ser um país rico.
Nem sequer mesmo temos os “capitães de indústria” que marcaram as seis ou sete primeiras décadas do século 20.
E os que ascendem aderem logo à “filosofia Mainardi”: “quando é que você vai vender para a Amazon?”
Formam um sub-elite incapaz, preguiçosa e ostentadora, que despreza seu próprio povo, sem jamais considerar que foram suas riquezas naturais e o seu trabalho que lhes deu o farto patrimônio que ostentam.
Que nada, a fonte da riqueza não é o trabalho, é o direito nobiliárquico de um sobrenome.
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