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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou hoje (4) o retorno aos quartéis das tropas que participaram dos exercícios militares que começaram no último dia 26 no oeste e no centro do país, informou o Kremlin nesta terça-feira. O porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, declarou que o chefe de Estado emitiu a ordem ontem, depois de receber um relatório do comando militar sobre o sucesso das manobras. Putin assistiu ontem a fase final dos exercícios militares no polígono de Kirilovski, na região de Leningrado, no noroeste do país.
Na quarta-feira de na semana passada, o presidente russo ordenou que as unidades militares no oeste e no centro do país entrassem em estado de alerta, inclusive em áreas próximas da Ucrânia, para verificar sua disposição de combate. O ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoygu, negou então que o surpreendente alerta emitido para essas unidades militares estivesse relacionado com a crise na Ucrânia. Um total de 150 mil militares, 90 aviões, mais de 120 helicópteros, 80 blindados, 1.200 peças de artilharia e 80 navios participaram das manobras, as maiores feitas na Rússia desde o fim da União Soviética em 1991.
Ontem, os Estados Unidos anunciaram a suspensão de acordos comerciais e de cooperação militar que vinham sendo negociados com o governo russo.
Acordo prévio
A Rússia vai discutir com o Ocidente uma solução para a crise na Ucrânia, mas insiste no cumprimento do acordo assinado no dia 21 de fevereiro entre o presidente ucraniano deposto Viktor Yanukovich e a então oposição com a mediação da União Europeia, informou nesta terça-feira uma fonte do Ministério das Relações Exteriores russo. "A Rússia debaterá com seus parceiros internacionais a situação na Ucrânia e os caminhos para solucionar a crise", disse a fonte diplomática, citada pela agência "Interfax".
No entanto, para Moscou "há dois aspectos chave: o cumprimento do acordo de 21 de fevereiro que compreende a implantação de uma reforma constitucional e a criação do governo de coalizão, assim como uma ampla representação das distintas forças políticas da Ucrânia nesse processo", detalhou. Moscou acusou as novas autoridades ucranianas, em várias ocasiões, de descumprir o acordo assinado com o agora deposto presidente Yanukovich para resolver a crise no país. O acordo foi assinado na presença dos ministros das Relações Exteriores da Alemanha, França e Polônia, que participaram como testemunhas.
Reunião de emergência
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) vai realizar amanhã (4) a segunda reunião de emergência, em 48 horas, sobre a situação da Ucrânia, após um pedido da Polônia, que alega estar ameaçada pela possível intervenção armada da Rússia. Segundo o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, a reunião vai analisar os desenvolvimentos em torno da situação na Ucrânia, que são vistos como uma ameaça para os países vizinhos e com “sérias e diretas implicações para a segurança e estabilidade da área Euro-Atlântica”.
Ao entrar para a primeira reunião de emergência, no domingo, o secretário-geral da Otan descreveu a situação na Ucrânia como “uma ameaça à paz e à segurança da Europa”, exortando a Rússia a parar com as atividades militares e as ameaças contra a Ucrânia. A União Europeia convocou para quinta-feira (6) de manhã uma assembleia extraordinária para discutir a situação na Ucrânia, depois que ministros de Negócios Estrangeiros dos 28 países-membros terem se reunido para debater a situação.
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