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A embaixadora argentina em Londres, Alicia Castro, acusou o Reino Unido de violar o direito internacional ao designar um novo governador nas Ilhas Malvinas.
Em artigo publicado no diário The Guardian, de Londres, Castro critica a designação de Colin Roberts como governador, e considera que o contencioso em torno das Malvinas constitui “um caso pendente de descolonização”.
Roberts substituirá, em abril, Nigel Haywood, e a sua missão será representar a Coroa britânica no arquipélago malvino, que os ingleses chamam de Falkland Islands, no Atlântico Sul.
“Esta nomeação constitui um novo ato unilateral do Reino Unido, em clara violação da obrigação que impõe o direito internacional, de resolver a disputa por meio de negociação diplomática com a Argentina”, acrescenta a embaixadora.
Após criticar a rejeição do Reino Unido em solucionar a questão, Castro argumenta que os habitantes das Malvinas não são um povo “separado”, nem são vítimas do colonialismo.
“Os residentes britânicos não têm o direito de resolver a disputa de soberania entre a Argentina e o Reino Unido: ninguém duvida que eles são britânicos e que podem continuar a sê-lo, mas o território em que habitam não o é. Pertence à Argentina”, sublinhou.
A representante diplomática argentina também faz referência ao caso dos habitantes da Ilha Diego Garcia, no Oceano Índico, expulsos em finais da década de 1960, pelo Reino Unido, para a instalação de uma base militar dos Estados Unidos.
Desde então, os nativos da ilha do Índico “vivem na pobreza e dispersos por várias partes do mundo, e exigem o direito de regressarem ao seu território e aos seus lugares de origem”, acrescenta.
A embaixadora critica, ainda, Londres, por essa decisão, “quando centenas de milhões de pessoas no mundo inteiro exigem, por meio de numerosas resoluções das Nações Unidas, um diálogo entre a Argentina e o Reino Unido”.
“Essa história contém todos os ingredientes dos relatos coloniais do século 19: violência, discriminação racial, duplos critérios, arrogância, manipulação, cinismo e enganos”, disse.
Alicia Castro sustenta ainda que o século 21 exige “uma política de diálogo e respeito entre os povos”.
Londres nega-se a negociar a soberania das Malvinas, exigida por Buenos Aires desde 1833, sem o consentimento dos insulares, que são em torno de 3 mil. Mas, em referendo popular, há um ano, os habitantes das Malvinas votaram a favor da manutenção da soberania britânica no território, por larga margem de votos..
A Argentina e o Reino Unido envolveram-se numa guerra pela posse do território, em 1982, que terminou com a vitória britânica e o fim da ditadura militar argentina.
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