960 visitas - Fonte: Tijolaço
Vocês lembram do “tranco” entre o ex-presidente Lula e o ex-todo poderoso da Vale, Roger Agnelli, em setembro de 2009, ainda na fase inicial da crise econômica mundial?
Além de demissões precipitadas na empresa, o centro da polêmica era o investimento “a toque de caixa” feito pela mineradora em uma frota de navios gigantes de transporte de minério, encomendados na China e na Coreia, para acelerar as exportações de ferro para o mercado chinês.
Lula queria que os navios fossem feitos aqui, com tonelagens menores, é certo, mas colaborando na reativação do parque de fabricação natal do país e reposicionando, paulatinamente, a Vale como operadora de transporte marítimo, expertise que se perdera quando o próprio Agnelli, dez anos antes, destruíra a Docenave, logo após a privatização.
Agnelli foi em frente e danou-se. Quer dizer, danou ao Brasil, porque a maior parte doo capital da Vale é estatal ou paraestatal, através dos fundos de pensão.
O supercargueiros começaram a ficar prontos, mas sofrem logo dois grandes reveses.
O primeiro foi a proibição de aportarem na China, que não gostou de ser excluída do projeto logístico da Vale e proibiu a atracação no país dos navios com este porte. Os chineses, como se sabe, estão totalmente abertos ao capital estrangeiro, desde que ele respeite as conveniências nacionais. A a China não estava disposta a deixar de porões vazios a sua frota mineiraleira.
Todos reagiram: além dos armadores, também as siderúrgicas não queriam essa dependência dos supercargueiros e o mercado de frete estremeceu com umma possível súbita retirada de uma grande cliente. Não havia certo prévio, também, com o Governo chinês.
Com isso, a Vale foi obrigada a descarregar os gigantes em Omã, no Oriente Médio, e nas Filipinas para ser levado ao destino final por navios menores: e chineses, em boa parte, naturalmente.
Logo depois, um dos supernavios rachou em pleno porto da Alcântara, no Maranhão, obrigando a uma revisão geral das estruturas dos seus navios- gêmeos.
Agora a Vale inaugura um entro de distribuição na Malásia, para operar em conjunto com os armadores internacionais e o segmento chinês.
Levou três anos para corrigir-se o vício que Agnelli contraiu no período Fernando Henrique cardoso de achar que os estados nacionais não se protegem e que bom negócio é o que é bom para todos.
Aqui, governo era a casa da sogra…
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