Copom prepara aumento da taxa de juros pela oitava reunião seguida

Portal Plantão Brasil
26/2/2014 11:15

Copom prepara aumento da taxa de juros pela oitava reunião seguida

A dúvida é se a elevação será de 0,25 ou 0,5 ponto percentual. Hoje, taxa básica está em 10,5% ao ano. CUT critica política do BC. Decisão sai um dia antes da divulgação do PIB de 2013

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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central vai encerrar na noite de hoje (26) a segunda reunião do ano e, mais uma vez, não deve surpreender. A expectativa majoritária é de uma alta de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic) para 10,75% ao ano. Será o oitavo aumento seguido, acumulando acréscimo de 3,25 pontos em um ano.



Alguns ainda apostam em alta de meio ponto, cenário considerado menos provável, mas que não pode ser desconsiderado. O Copom fez isso nas seis últimas reuniões.



Se chegar mesmo aos 10,75% hoje, a Selic voltará ao nível em que estava no final do governo Lula. Na gestão Dilma, a taxa subiu nas primeiras reuniões, até atingir 12,5%, em julho de 2011. Dali até outubro de 2012, o Copom inverteu o sinal e fez vários cortes na Selic, que chegou ao menor nível histórico (7,25%). Mas, após um período de estabilidade, a política mudou novamente e a taxa voltou a subir desde abril de 2013 – e não parou mais.



Aumentar meio ponto pode revelar um receio ainda persistente quanto ao comportamento da inflação, ainda mais com a proximidade do período eleitoral. Em janeiro, o IPCA ficou em 0,55%, segundo o IBGE, no menor índice para o mês desde 2009. O acumulado em 12 meses está em 5,59%. Em meados do ano passado, chegou a 6,7%.



Mas também é preciso considerar as perspectivas de crescimento econômico para o país em 2014. Nesse caso, considerando os "ajustes" já feitos na taxa de juros, o Copom poderia reduzir o ritmo desde já. A decisão do Copom, por sinal, sai um dia antes da divulgação, pelo IBGE, do PIB do quarto trimestre e do ano de 2013.



Em artigo, o presidente da CUT, Vagner Freitas, afirma que a política de elevação dos juros não ajuda a controlar a inflação e prejudica o desenvolvimento sustentável, "reduz o mercado interno, encarece o crédito e serve apenas aos interesses do capital especulativo". Ele propõe mudanças na formação do comitê. "Defendemos a participação da sociedade civil organizada – trabalhadores/as e empresários/as, inclusive do setor produtivo – para que o Copom não tome decisões influenciadas apenas pelo mercado financeiro e, sim, por toda a sociedade brasileira."



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