5671 visitas - Fonte: Brasil 247
Controlador da holding J&F, que controla o grupo Friboi, o empresário Joesley Batista foi indiciado pela Polícia Federal por suposta fraude financeira, numa operação que ajudou o Banco Rural, de Kátia Rabello, também indiciada, a se capitalizar; empréstimo de R$ 80 milhões do Rural a empresas da J&F voltou à holding que controla o Rural poucos dias depois; Batista foi indiciado por ter sido avalista das operações, mas nega todas as acusações
Um dos empresários mais poderosos do País, o controlador da holding J&F Participações, Joesley Batista, foi indiciado pela Polícia Federal por supostas operações financeiras irregulares. De acordo com a PF, ele foi responsável por realizar empréstimo cruzado ao Banco Rural, de Kátia Rabello, também indiciada. Batista foi indiciado – processo que ainda não configura condenação – por ter sido avalista das operações, mas nega todas as acusações de que é alvo.
De acordo com a investigação, o Rural teria emprestado R$ 80 milhões a empresas do grupo J&F em dezembro de 2011. O dinheiro, recebido pela holding de Joesley Batista em contas no Banco Rural, foi transferido ao banco Original, também da J&F. A instituição repassou a mesma quantia à Trapézio S/A, que controlava as instituições financeiras do Rural. Com a verba, a empresa de Kátia Rabelo conseguiu "folga" financeira para reforçar seu capital, algo de que estava sendo pressionada pelo Banco Central.
Nenhum dos dois empresários participou das decisões dos comitês de crédito das instituições financeiras que aprovaram os empréstimos, de acordo com reportagem do jornal O Estado de S. Paulo. No entanto, Batista é acusado de ser avalista dos contratos entre a J&F e o Rural. Por meio de nota, a J&F Participações S/A afirmou que "jamais realizou operação casada". Segundo a empresa, o processo no âmbito do Banco Central ainda está em fase recursal, ou seja, quando ainda pode ser provado que não houve "qualquer tipo de irregularidade" na concessão do empréstimo à Trapézio.
O banco Original, da holding de Batista, contesta a tese da PF de que as datas dos empréstimos são coincidentes – de acordo com a apuração, o prazo entre o recebimento do dinheiro do Rural pela J&F e a transferência para o Original é de apenas dias. "Ao contrário do que mostra o inquérito conduzido pela Polícia Federal, as datas dos empréstimos não são coincidentes e as operações bancárias são rotineiras para o tamanho do grupo empresarial", explica a nota. O banco acrescenta que, "à época dos supostos acontecimentos, o empresário Joesley Batista não exercia função de diretor ou presidente da instituição financeira".
A empresa informa ainda que "as operações financeiras do Banco Original sempre seguiram rigorosos critérios ditados pelo próprio Banco Central" e que "os empréstimos tomados pela Flora e J&F sempre são assinados por Joesley, na qualidade de presidente das empresas, embora a condução operacional dessas companhias seja exercida por outros executivos, reiterando que não havia sua interferência na decisão dos empréstimos por parte do Banco".
A PF encaminhou o indiciamento ao Ministério Público, que ainda não se posicionou sobre o caso. Vale lembrar que o empresário Joesley Batista foi o maior doador da campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010. À época, o frigorífico JBS Friboi, que pertencia à J&F, doou R$ 12 milhões à candidata do PT, quase 10% dos R$ 145 milhões arrecadados, ficando à frente até das empreiteiras, que tradicionalmente são os grandes doadores de campanha no País.
Follow @ThiagoResiste
APOIE O PLANTÃO BRASIL - Clique aqui!
Se você quer ajudar na luta contra Bolsonaro e a direita fascista, inscreva-se no canal do Plantão Brasil no YouTube.