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Revista Veja deste fim de semana tem declaração bombástica de Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal: "acho que já chegou a hora de sair"; no último sábado, o ex-presidente Lula o instou a sair da toca e se assumir como realmente é: um político e não um juiz; caso entre na disputa presidencial, Barbosa poderá assegurar um segundo turno; no entanto, ele também desmoralizaria de vez o julgamento da Ação Penal 470, que passará a ser lembrado como seu trampolim para a carreira eleitoral; em compensação, Poder Judiciário voltaria à normalidade; na reportagem, ele afirma que estudaria uma candidatura apenas em 2018 e que, curiosamente, o partido com o qual mais se identifica é o PT
A revista Veja deste fim de semana traz uma declaração bombástica de Joaquim Barbosa. "Acho que chegou a hora de sair", diz o presidente do Supremo Tribunal Federal.
Caso seja verdadeira a intenção, Barbosa fará um bem ao Poder Judiciário, permitindo que a suprema corte retome sua normalidade – nesta semana, ao rever, de forma monocrática uma decisão de Ricardo Lewandowski sobre o pedido de trabalho de José Dirceu, ele rasgou o regimento interno do STF e suprimiu o direito constitucional de um réu
No entanto, o movimento de Barbosa poderá ter sérias repercussões políticas. De acordo com o Datafolha, ele teria cerca de 15% das intenções de voto e poderia provocar um segundo turno, caso decida se candidatar à presidência da República.
No último sábado, em Ribeirão Preto (SP), o ex-presidente Lula instou Barbosa e se assumir pelo que realmente é: um político, e não um juiz. "Mostre a cara", disse Lula.
A carreira política de Barbosa, caso essa seja sua intenção, serviria, ao menos, para desmoralizar de vez o julgamento da Ação Penal 470. Provaria que, em vez de um julgamento sério e justo, foi apenas o trampolim para as ambições eleitorais de um aventureiro.
A reportagem de Veja
Na reportagem de Veja, assinada pelo jornalista Hugo Marques, as declarações de Joaquim Barbosa teriam sido dadas a um "interlocutor". Esse tipo de artifício jornalístico é usado quando alguém pretende ser entrevistado sem passar a impressão de realmente que foi.
De acordo com o texto, Barbosa estaria apenas esperando o julgamento dos embargos infringentes, que começam a ser avaliados na próxima quinta-feira, para se aposentar. Caso réus como João Paulo, José Genoino, Delúbio Soares e José Dirceu sejam derrotados, eles passariam do regime semiaberto para o fechado – e esta é a intenção de Barbosa, como ele tem feito questão de deixar claro em suas decisões recentes.
Barbosa atribui sua intenção de sair ao cansaço. "Estou há quase 11 anos no STF. Sou favorável a um mandato de doze anos. Acho que já chegou a hora de sair", diz ele.
Sobre a candidatura em 2014, ele descarta. "Isso é uma grande bobagem. Não sou candidato a nada", diz ele. "Não sou político". No entanto, ele admite que pode vir a ser. "Tenho 59 anos de idade. Pode ser que daqui a três ou quatro anos, eu mude de ideia", afirma, abrindo a possibilidade de uma candidatura em 2018.
A reportagem também revela que Barbosa foi convidado a se filiar por duas legendas – as quais ele não revela. Teria recusado por não se identificar com nenhuma delas. Uma possibilidade é que tenha sido convidado pelo PTB de ninguém menos que Roberto Jefferson, que vem sendo "esquecido" por Barbosa e disse, durante o julgamento, que ele seria um ótimo candidato a presidente da República. Outro convite, público, foi feito por Romário, do PSB, para que ele disputasse o Senado pelo Rio de Janeiro.
O presidente do STF fez também uma revelação. Disse que o partido com o qual mais se identifica é o PT. "Mas é o PT antigo, não esse PT de hoje, tomado por bandidos, pela corrupção. Em termos de ideias, seria o PT de antes da candidatura do Lula".
Bom, como Lula foi candidato a presidente da República desde 1989, não se sabe bem que PT é esse, nem exatamente o que pretende Joaquim Barbosa com suas declarações.
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