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Provocação de presidenciável tucano amplia tiroteio verbal à volta da eleição de outubro; depois de presidente Dilma Rousseff ter chamado oposição de "cara de pau" e presidente do PT, Rui Falcão, classificar adversários como "neopassadistas ou novovelhistas", Aécio Neves dá o troco; "Assistimos uma sucessão patética de neologismos desencontrados", disse líder do PSDB, referindo-se aos discursos pelos 34 anos do partido do governo, feitos na véspera; "O PT não protagonizou uma festa, mas mostrou que está à beira de um ataque de nervos"; ele lembrou até dos "gloriosos tempos dos aloprados"; com a verve afiada, fervura sobe
Nenhuma provocação vai ficar sem resposta na eleição presidencial marcada para outubro, mas que já se desenrola a cada movimento dos pré-candidatos.
Nesta terça-feira 11, durante reunião da Executiva Nacional do PSDB, o presidenciável Aécio Neves tratou de responder, com um misto de sarcasmo e bom humor, as farpas lançadas na véspera, no encontro político que marcou os 34 anos do PT. Ali, a presidente Dilma Rousseff disse que a oposição é "metirosa" e "cara de pau". O presidente nacional do PT, Rui Falcão, taxou os adversários de "neopassadistas e novovelhistas".
Aécio escolheu as imagens para rebater as críticas.
- Assistimos ali, de forma patética, a uma sucessão de neologismos absolutamente desencontrados que remontam aos mais gloriosos tempos dos aloprados -, divertiu-se o senador mineiro, que completou:
- O PT está à beira de uma crise de nervos.
Com a menção ao nervosismo do adversário, Aécio procurou contemplar algumas das especulações que correm soltas nesta fase de pré-campanha.
ECONOMIA E POLÍTICA - De acordo com os adversário da presidente Dilma Rousseff, a candidatura dela ainda não estaria consolidada dentro do PT, ainda dependente de um quadro mais nítido da economia.
A avaliação dos oposicionistas é a de que caso venha a crise para a qual muitos torcem, Dilma perderia intenções de votos a ponto de provocar, involuntariamente, o crescimento do nome de Lula como alternativa ao dela própria.
No PT, o assunto é tabu. Nenhum dos chefes da legenda admite a possibilidade de que Dilma não concorra à própria reeleição, mas igualmente é claro de que não haveria nenhuma dificuldade para a legenda aceitar o retorno de Lula para a sexta campanha presidencial da vida dele.
É nessa brecha de certeza que Aécio procurou tocar com sua frase sobre a "crise de nervos". Como ele bem sabe, uma derrota no plano nacional seria, neste ano, o maior desastre político da história do PT. O chamado mensalão passaria a ser tratado apenas como um episódio dentro da tragédia geral da agremiação.
Sem deter, neste momentos, dos três principais governos estaduais do Pais – São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, o partido da estrela vermelha teria grandes dificuldades de fazer oposição a um eventual governo tucano apenas com uma ampla base parlamentar. É de se registrar que, caso o desempenho do candidato a presidente fique aquém das expectativas otimistas, o PT sentiria nos principais Estados os reflexos negativos da baixa performance nacional.
PODER CENTRALIZADO - Na reunião da executiva tucana, ficou determinado que será da cúpula partidária a última palavra sobre aprovação ou veto de alianças regionais.
"É uma medida preventiva. É um sinal claro: o PSDB tem uma prioridade hoje que supera todas as outras que é eleger o próximo presidente da República", afirmou Aécio. "Não vamos admitir que localmente quadros do PSDB de alguma forma apoiem a candidatura de outro partido".
Se tem alguém às vésperas de uma crise de nervos efetivamente ainda não se sabe, mas que o presidenciável mineiro não está para brincadeiras, isso ele não está mesmo – apesar do sarcasmo contra os adversários petistas.
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