1109 visitas - Fonte: Tijolaço
A imagem lá ao final do post é de um vídeo brutal – ao qual não vou dar divulgação por ter mais responsabilidade do que sede de audiência – e que mostra um grupo de rapazes de moto, inicialmente parados numa calçada – sendo agredido por homens encapuzados que descem de dois automóveis, com facões e tacos de basebol.
Nem mesmo na capa do blog a quis colocar, porque me dá nojo. Preferi mostrar como esta é uma história recorrente, com esta foto fantástica (tirada do blog de Mário Magalhães) do craque Luiz Morier, em 1983, pouco antes de Brizola assumir o governo do Rio de Janeiro.
Não dou maiores detalhes sobre quem foi ou onde foi porque o vídeo não os contém.
A advertência que o acompanha é sinistra: “Antes de roubar, antes (de) furtar, antes de traficar ou antes de andar com quem anda errado, pense bem para näo sofrer as consequências. E isso é pouco!”
É esse o tipo de comportamento que foi chamado de “compreensível” pela apresentadora Rachel Sheherazade pela TV, em todo o país.
Mas sejamos justos, não é a Barbie da direita a maior responsável por isso.
É a elite brasileira e o caldeirão de brutalidade em que ela embebe a alma do povo brasileiro.
Ela transformou o mais importante elemento de formação cultural da população em uma mixórdia selvagem.
A Barbie é só uma mocinha ambiciosa, que descobriu que sua pequenez mental pode ser lucrativo objeto de marketing.
É fácil, facílimo, remar a favor da maré da estupidez e dizer que quem prega a santidade do ser humano é “defensor de bandidos”.
Mas ela é só a ponta de uma imensa máquina de comunicação que vem ensinando brutalidade, egoísmo e desapreço pelo Estado aos brasileiros e, sobretudo, aos jovens.
Governos e políticos são todos corruptos, sem exceção. Ou sem exceção na esquerda, ao menos.
O sucesso é ser celebridade.
O Estado é ineficiente, incapaz, inútil.
Os homens e mulheres que não desejam que seus filhos cresçam e vivam num mundo onde os conflitos são resolvidos com tacos de basebol são “defensores de bandidos”.
Quem acha que os meios de comunicação não devem se prestar à incitação do crime por milicianos e “justiceiros”, policiais ou “bombados” de classe média, é “defensor de bandidos” e acusado de pretender “a censura” da imprensa.
Os políticos, quase todos, ou embarcam nessa “onda” ou se calam, amedrontados diante do poder midiático. Nem o PT – em geral – quis meter a mão nesta cumbuca.
A civilização é a barbárie, por falta de quem queira dizer que a barbárie é o caminho de volta à selvageria.
Sem política, sem polêmica, sem coragem, o Brasil de classe média que buscamos construir para todos os cidadãos será uma selva.
Mandará na cabeça do povo o mais forte ao lhe falar.
E a juventude será um triste retorno aos tempos desumanos contra os quais lutamos.
Os encapuzados nos linchamentos são como os black blocs dos quebra-quebra: são donos egoístas da razão, da verdade e da deformidade a que chamam Justiça.
A mídia os faz. mas não os controla.
As nossas elites e os subprodutos de seu pensamento de “ordem e repressão” são, antes de tudo, burras.
As cercas, as grades, tanto prendem que está fora quanto quem está dentro delas.
E não percebem, as nossas elites, que seus cães, quando mal se espera, acabam mordendo os filhos de seus próprios donos.
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