1190 visitas - Fonte: Agencia Brasil
O deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP) almoçou hoje (3) com apoiadores do PT que estão acampados em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) desde novembro do ano passado, quando foram decretadas as primeiras prisões da Ação Penal 470, o processo do mensalão. Desde o mês passado, Cunha aguarda a expedição do mandado de prisão por ter sido condenado no processo. Com a volta dos trabalhos do Supremo, ele pode ser preso ainda hoje para cumprir pena inicial de seis anos e quatro meses no regime semiberto.
Cunha afirmou que o julgamento no STF foi uma farsa, mas planeja pedir para deixar o presídio durante o dia para trabalhar. Sobre a expectativa da emissão do mandado de prisão, o deputado afirmou que ninguém pode dizer que está preparado para ser preso, mas destacou que tem a consciência tranquila. “Essa agonia não vai parar enquanto não se estabelecer a verdade. Então, não é somente através dessas manifestações, mas também da revisão, da busca em organismos internacionais e da própria história que se vai mostrar que isso aqui é uma farsa”, afirmou.
Cunha comeu arroz, feijão e cozido de carne com mandioca e batatas. Durante o almoço, o deputado recebeu a solidariedade de 20 pessoas que fazem vigília no acampamento. O deputado também tirou fotos com militantes. Ele preferiu não se manifestar sobre a possibilidade de renunciar ao mandato após ser decretada a prisão. Cunha pretende lançar amanhã (4), no mesmo local, uma revista para rebater as acusações que terminaram com a condenação dele no processo do mensalão.
Os apoiadores do PT estão acampados em uma barraca montada no estacionamento do STF para prestar solidariedade aos integrantes do partido que estão presos e para cobrar o julgamento da Ação Penal 536, o processo do mensalão mineiro, na qual o deputado Eduardo Azeredo (PMDB-MG) é réu. Um grupo de 40 pessoas faz revezamento para manter o esquema de vigília. Os manifestantes pretendem sair somente após o julgamento dos embargos infringentes, novos recursos da Açâo Penal 470.
O mandado de prisão deveria ter sido expedido no dia 6 de Janeiro, logo após Barbosa rejeitar os recursos apresentados pela defesa de Cunha e encerrar o processo para João Paulo. No entanto, o presidente do Supremo, que também é relator do processo do mensalão, entrou em férias no dia 7 de Janeiro, mas não assinou o mandado.
O documento foi encaminhado para os ministros que ocuparam a presidência interina do STF enquanto Barbosa estava em férias, porém, Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski recusaram-se a assinar a ordem de prisão por entenderem que o ato é atribuição de Barbosa. De acordo com a assessoria de imprensa do STF, Barbosa não expediu o documento antes de sair para as férias porque a Secretaria Judiciária do tribunal não conseguiu concluir a documentação antes da viagem.
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