1543 visitas - Fonte: Tijolaco
O ótimo blog de Roldão Arruda ,no Estadão, publica que um estudo do PNUD – órgão da ONU para o desenvolvimento – lançado na quarta-feira passada – e, em geral, solenemente ignorado pela mídia – aponta um forte crescimento dos contrastes sociais pelo mundo.
Segundo o relatório Humanidade Dividida: Confrontando a Desigualdade nos Países em Desenvolvimento,” o mundo hoje está mais desigual do que em qualquer outro período desde a 2.ª Guerra Mundial. Entre 1990 e 2010, a desigualdade de renda aumentou em 11% nos países em desenvolvimento”.
Fui procurar o relatório e ele diz que a América Latina, diz a ONU, andou no sentido inverso, com um declínio de 5% na desigualdade, “conduzida pela grande redução de desigualdade ocorrida na década de 2000 nos maiores países da região, especialmente Argentina, Brasil e Mexico”.
Embora o estudo elogie muito os efeitos dos programas de transferência de renda como o Bolsa-Família, não é a eles que se atribui a responsabilidade principal na queda da desigualdade:
“O efeito do salário mínimo sobre a desigualdade no Brasil é um exemplo interessante. Entre 2003 e 2010, o salário mínimo real aumentou 80 por cento no Brasil. Um estudo que analisou a desigualdade de renda entre 1995 e 2009 descobriu que dois terços dessa redução deveram-se a melhorias nos ganhos do mercado de trabalho, enquanto um terço deveu-se a transferências monetárias.”
Portanto, caro leitor e amável leitora: este papo de Aécio Neves e de Eduardo Campos de que é preciso “desindexar” o salário-mínimo entra de ponta afiada neste processo de redução da desigualdade.
E é isso, sem meias-palavras, que tem de ser discutido com o povo brasileiro neste processo eleitoral.
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