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Vítima do dia, pré-candidato do PT ao governo paulista se abaixou com o barulho de tiro sobre contratos entre Ministério da Saúde e ONG fundada por seu pai; após justificar, Alexandre Padilha rompeu convênio;vernador tucano Geraldo Alckmin, quando atacado, não recuou; escândalo Siemens-Alstom de formação de cartel e pagamento de propinas segue sem admissão de responsabilidade; para Gilberto Kassab, do PSD, bombardeio foi denúncia no caso Controlar; atingido por manchete do jornal Folha de S. Paulo, ex-prefeito obteve pronunciamento da Justiça a seu favor; Paulo Skaf, do PMDB, sofreu abalo com uso de dinheiro da Fiesp e do Sistema S para exposição pessoal; eleição de outubro é guerra aberta
Marco Damiani _ 247 – O barulho de um simples tiro assustou e fez dar um passo atrás o pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, mas é certo que a eleição para o Palácio dos Bandeirantes virou mesmo uma verdadeira uma guerra. Propostas para o Estado, até aqui, estão em segundo plano no campo de batalha em que todos disparam contra todos.
A eleição que pintava como propícia a acordos e composições, em razão dos interesses partidários na disputa nacional, para presidente da República, se transforma rápida e consistentemente numa blitz de todos contra todos.
Padilha, a vítima do dia, sangrou no campo de batalha em razão da ONG fundada por seu pai ter tido suas ligações com o Ministério da Saúde, dirigido pelo próprio Padilha, e outros, reveladas. Mas antes antes do ministro que deixa o cargo na segunda-feira 3, também o governador Geraldo Alckimin, que defende a própria reeleição, e os candidatos Gilberto Kassab, do PSD, e Paulo Skaf, do PMDB, foram acertados.
Sobre Alckmin caiu uma bomba que, a depender da interpretação, poderia ser chamada de atômica. O caso de formação de cartel e pagamento de propinas Siemens-Alston só não causa, até o momento, estragos permanentes na candidatura do tucano porque ele exibe uma larga blindagem entre os chamados formadores de opinião, como se dizia antigamente, instalados na mídia familiar e tradicional.
Paulo Skaf, do PMDB, tomou pela frente uma saraivada de balas disparadas nas críticas ao uso da rede estadual de televisão paga com dinheiro da Fiesp e do sistema S. Skaf foi acusado de campanha antecipada e precisa, neste momento, mais se defender do que atacar para chegar à próxima fase.
No PSD, o ex-prefeito Gilberto Kassab precisa ter uma forte artilharia anti-aérea para resistir aos ataques que vem do passado. Numa bomba que fez barulho mas não produziu o estrago esperado, ele sofreu a acusação pública de ter sido beneficiado pelo contrato da Prefeitura com a empresa Controlar, mas não houve comprovação legal desta ligação. Kassab, ao contrário de Padilha, não se abaixou com o barulho do tiro. No dia seguinte a uma acusação em primeira página do jornal Folha de S. Paulo, o pré-candidato do PSD se beneficiou de uma apuração judicial que o livrou de suspeitas da chamada testemunha Gama.
Padilha entrou neste terreno minado agora. Seu pronunciamento de prestação de contas do Ministério da Saúde já foi considerado uma peça de campanha pela oposição. E ele ainda saiu chamuscado do episódio da ONG de seu pai, que ainda não terminou. Assim como guerra eleitoral, que só está começando.
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