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Em 2012 festa foi reprimida pela GCM. Oficialização garante apoio e reconhecimento da cidade
São Paulo – Para quem tem curiosidade de saber mais sobre a Bolívia é bom estar em São Paulo na próxima sexta-feira (24). Na ocasião será celebrada a festa Alasita em três endereços da cidade: Memorial da América Latina, no Jardim Brasil e no Parque Dom Pedro II, com venda de artesanato, música e comida boliviana.
O nome da festa, uma das celebrações mais tradicionais nas regiões com domínio da cultura aimara, significa “compre-me”. Nela, miniaturas que representam aquilo que se deseja obter são vendidas e depois abençoadas por uma espécie de sacerdote andino, os yatiri.
“Vende miniaturas de casas, diplomas, carros. E, ao meio-dia em ponto, acontece o ritual”, explica Luis Vasquez, presidente da associação comercial da Rua Coimbra, que organiza a festa do Parque Dom Pedro II, a única que terá apoio formal da prefeitura que irá ceder o espaço, montar o palco e oferecer banheiros químicos.
A expectativa é que o prefeito Fernando Haddad (PT) participe do evento e lá assine decreto que inclua a Alasita no calendário oficial da cidade. “Seria uma forma de reconhecer uma manifestação cultural que já acontece há 15 anos anos na cidade e dar visibilidade para a presença boliviana na cidade”, acredita Cleyton Borges, membro do Centro de Direitos Humanos e Cidadania do Imigrante.
Criar e implementar a Política Municipal para Migrantes e de Combate à Xenofobia, promovendo uma cultura de cidadania e valorização da diversidade e reduzindo as manifestações de discriminação de todas as naturezas, é um dos compromissos da prefeitura previstos no Programa de Metas para os próximos anos de gestão Haddad.
A discussão para que o evento seja oficializado tomou força a partir de 2012, quando a associação de comerciantes da rua Rua Coimbra, no Brás, tentou realizar a festa no logradouro, onde há uma grande concentração de casas e comércios de bolivianos. Cerca de 30 mil pessoas se amontoaram na rua, que tem cerca de 300 metros, causando problemas ao trânsito da região. Com a atuação da Guarda Civil Metropolitana, além de terem prejuízos econômicos, alguns comerciantes foram agredidos.
A inclusão no calendário abre brecha para que o apoio da municipalidade se torne permanente e problemas como esse não voltem a ocorrer. “Nossa participação é no sentido de aumentar cada vez mais a profissionalização da festa para que as pessoas se sintam a vontade para ir”, explica o coordenador de Políticas para Imigrantes da Secretaria Municipal de Direitos Humanos, Paulo Illes.
Para ele, a oficialização da festa é um caminho para a valorização da cultura boliviana e a apresentação dela, até agora frequentada principalmente pela comunidade de imigrantes, para todos os que vivem em São Paulo. “A partir do momento que incluir no calendário, essa cultura passa a ser patrimônio da cidade”, afirma.
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