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Integrante do staff econômico do presidenciável Aécio Neves, ex-presidente do BC diz que, se for chamado, volta para Brasília; "Quero ajudar no que eu puder", respondeu Armínio Fraga à revista Exame; dono da Gávea Investimentos e sempre visto como um 'darling' do mercado financeiro, ele poderá ser ministro da Fazenda se Aécio vencer, ou até retornar ao Banco Central; neste momento, faz um périplo entre banqueiros e empresários para reforçar o ex-governador de Minas e apresentar suas ideias; com Armínio em papel central na campanha, debate sobre passado e presente da economia vai se acentuar
Se a sua intenção, uma vez candidato a presidente da República, é passar uma mensagem amistosa ao chamado mercado, um conselho sem contra-indicações é: chame o Armínio Fraga.
O ex-presidente do Banco Central (1999-2003) no governo Fernando Henrique é o símbolo maior de uma brilhante geração de economistas que enriqueceu na atividade financeira e aplicou no governo conceitos da chamada ortodoxia neoliberal.
Chamar Armínio para o seu lado é o que fez o presidenciável Aécio Neves, delegando a ele não apenas um papel central na formulação de seu programa de governo, como também credenciais para falar em seu nomes com banqueiros, investidores e empresários. Neste momento, o ex-presidente do BC realiza uma rodada de conversas para expôr as ideias que vão sendo maturadas com o candidato tucano.
À revista Exame, Armínio afirmou estar pronto para voltar ao governo caso Aécio vença. "Quero ajudar no que eu puder", garantiu ele. Assim, o cargo de ministro da Fazenda num eventual governo tucano a partir de 2015 passou a ter um franco favorito para ocupá-lo.
O périplo do economista de confiança de Aécio pelo círculo do poder econômico ocorre em boa hora para ele. A maior parte dos agentes do mercado financeiro afirma em enquetes e levantamentos que, efetivamente, não quer a reeleição da presidente Dilma Rousseff. O crescimento de Armínio na campanha tucana só contribui para aproveitar essa fragilidade de Dilma e consolidar o nome do ex-governador de Minas como representante do setor.
MODELO GEISELIANO - Com sua clareza e preparo técnico, no futuro possível ministro tem aumentado o tom das críticas à política econômica:
- O governo continua, até prova do contrário, com uma postura geral muito fechada, antiquada. Repetindo muita coisa que a gente já viveu, principalmente nos anos 70, no governo Geisel. Um modelo com foco nas estatais, e com a economia bastante fechada", disse ele ao jornaista Fernando Datas, de O Estado de S. Paulo. "Não levo fé nesse governo como fórmula para o nosso sucesso a longo prazo. Ao contrário, acho que, se não for modificado, vai nos dar dor de cabeça".
Para os adversários de Armínio, porém, é ele a maior encarnação de um passado no qual o País tinha juros nas nuvens, em patamares quatro vezes superiores aos atuais, e se mostrava frágil diante da pressão da crise financeira internacional.
Com Arminio Fraga tão presente no debate da eleição, a discussão sobre se resgatar o passado, de uma ou outra forma, é mesmo o melhor caminho para projetar o desenvolvimento brasileiro vai ficar cada vez mais quente.
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