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Decisão judicial tornada pública nesta sexta-feira desmoraliza manchetes da Folha e do Estado de S. Paulo, ancoradas em reportagem de ontem do Jornal Nacional, em que uma "testemunha" anônima acusava o ex-prefeito Gilberto Kassab de receber uma fortuna da empresa Controlar; objetivo das reportagens era pressionar o juiz Luiz Valdez a condenar Kassab e afastá-lo da disputa pelo governo de São Paulo em 2014; decisão do magistrado, no entanto, veio na direção oposta: ex-prefeito foi absolvido
SP 247 - Escândalos políticos já foram melhor fabricados no Brasil. Quando são ancorados em peças frágeis servem apenas para deixar em maus lençóis quem os produz e quem os abraça. Ontem, houve um exemplo claro desse tipo de canoa furada na imprensa brasileira.
Primeiro, o Jornal Nacional, numa reportagem de mais de três minutos, disse ter tido acesso ao depoimento de uma testemunha anônima, chamada de "Gama" pelos procuradores, que acusava o ex-prefeito Gilberto Kassab, de São Paulo, de ter recebido "uma fortuna" da empresa Controlar. Na sequência, tanto a Folha de S. Paulo como o Estado de S. Paulo dedicaram suas manchetes ao tema, num movimento que tinha clara orquestração política. O motivo: a entrada de Kassab na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes torna mais provável um segundo turno em São Paulo, o que dificulta a reeleição de Geraldo Alckmin.
O que não se sabia é que a denúncia de uma "testemunha" anônima tinha também o objetivo velado de influenciar uma decisão judicial, no processo em que Kassab é acusado de favorecer a empresa Controlar, que realizou inspeção veicular na cidade de São Paulo.
O fato é que o juiz Luiz Raphael Lencioni Valdez não embarcou no jogo de pressões e, numa decisão tornada pública nesta sexta-feira, absolveu Kassab. "Com todo o respeito ao raciocínio exposto pelo Ministério Público, não se vislumbra na conduta praticada pelo réu GILBERTO KASSAB qualquer modificação ou concessão de vantagem indevida ao concessionário. Primeiramente, porque a decisão proferida pelo Prefeito não modificou uma linha sequer do contrato de concessão ou conferiu qualquer vantagem ilegal ao concessionário", disse o juiz, que mandou arquivar o caso.
Ou seja: a despeito das reportagens do Jornal Nacional, da Folha e do Estado, Kassab está livre para disputar o governo de São Paulo em 2014 e, caso não passe para o segundo turno, deverá apoiar o candidato petista Alexandre Padilha. Essa era o pano de fundo do "escândalo" que não resistiu 24 horas.
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