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Para muitas pessoas isso pode ser uma surpresa, mas o maior vilão do Brasil não é a corrupção, é a sonegação.
Segundo o site da ONU (clique para entrar) a corrupção causa um desperdício anual de cerca de R$ 41 bilhões dos cofres públicos.
Os protestos de junho do ano passado foram enfáticos nesse tema. O principal alvo deles era justamente a corrupção. O que o senso comum não sabe é que outro problema tira dez vezes mais dinheiro dos cofres públicos do que a corrupção: a sonegação de impostos.
Segundo o Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz), o Brasil deixa de arrecadar R$ 415 bilhões por ano por sonegação (clique para entrar na matéria do Estadão). Isso mesmo, amigo leitor. Dez vezes mais que a corrupção.
Apesar desse quadro, são pouquíssimas as reclamações e protestos pedindo leis mais rígidas contra a sonegação de impostos. Não custa lembrar que sonegar impostos no Brasil NÃO DÁ CADEIA.
É por essas e outras que a Globo sonegou R$ 615 milhões e ficará impune. Já o Itaú sonegou R$ 18,7 bilhões e foi autuado pela Receita Federal. Ninguém será preso.
Já que a classe média elitizada pede um país "padrão Fifa" e culpa a corrupção por não estarmos no primeiro mundo, seria bom que mudassem o foco e começassem a cobrar leis mais rígidas para quem sonega.
Afinal, se pelo menos 10% dos sonegadores passarem a pagar seus tributos, passaremos a arrecadar os R$ 41 bilhões que a corrupção leva. Seria o equivalente ao fim da corrupção governamental.
O que é mais fácil? Acabar com 100% da corrupção num país ou reduzir em 10% a sonegação?
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