PT reestatiza estradas que FHC privatizou em 1998

Portal Plantão Brasil
7/1/2014 21:35

PT reestatiza estradas que FHC privatizou em 1998

Apesar do alto valor dos pedágios, estradas estavam sucateados

0 0 0 0

3397 visitas - Fonte: Estadão

ERS-115, uma das estradas reestatizadas por Tarso Genro. Concessionária não cumpriu promessa de duplicá-la e sequer fez o acostamento



Reproduzo, abaixo, o texto malcriado do Estadão, lamentando e criticando a reestatização de cerca de 1800km de estradas do Rio Grande do Sul.



Elas foram privatizadas por FHC em 1998 mas, apesar dos altos valores dos pedágios cobrados, as concessionárias não cumpriram as promessas feitas no ato da compra: não duplicaram as estradas e sequer fizeram o acostamento.







Acima, um trecho da ERS-040. A rodovia não foi duplicada e apenas um dos lados tem acostamento. As concessionárias, no entanto, alega que terão um prejuízo de R$ 3 bilhões com o fim do contrato. Dinheiro esse, que, pelo visto, ia apenas para o bolso dos empresários.



Com a reestatização, não haverão mais praças de pedágio no Rio Grande do Sul. Enquanto isso, o PiG chora. Leia o texto rancoroso do Estadão:



PT REESTATIZA ESTRADAS:



O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), reestatizou oficialmente todos os polos de pedágio rodoviários que haviam sido concedidos à iniciativa privada em 1998. As estradas federais, que somam 983 km, voltarão à União e não terão cobrança de pedágio. Os 816 km restantes ficarão a cargo de uma estatal, a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR).



A medida de Tarso já seria, em si mesma, um contrassenso, pois se sabe há muito tempo que o Estado é incapaz de administrar estradas. Mas seu rompante, uma promessa de campanha, é ainda mais exótico quando se observa que o governo federal, presidido por sua correligionária Dilma Rousseff, vai no sentido totalmente oposto, empenhando-se em atrair investimento privado, ainda que aos trancos e barrancos, para melhorar a intransitável malha rodoviária federal.



O governador justificou sua decisão recorrendo ao surrado recurso de caracterizar os empresários como sanguessugas: "Aqui temos um exemplo dos problemas daquele sistema de pedágio. Milhões de reais circulavam nesta praça de pedágio e não havia sequer o compromisso de fazer acostamento".



As concessionárias, com razão, qualificaram esse tipo de raciocínio de "político e ideológico" - acusam o governo de descumprir contratos, ao interferir nos preços dos pedágios, e pretendem cobrar na Justiça um passivo que dizem chegar a R$ 3 bilhões. Para o presidente da Associação Gaúcha de Concessionárias de Rodovias, Egon Schunck Júnior, "no Rio Grande do Sul, ao contrário do resto do mundo, a opção é a estatização".



O motivo para a tendência mundial à privatização é simples: estradas administradas pela iniciativa privada são melhores. Números da última pesquisa anual da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) sobre a qualidade das rodovias provam isso. De acordo com o levantamento, 84,4% das estradas concedidas a empresas privadas estão em ótimo ou bom estado, enquanto apenas 26,7% das rodovias sob responsabilidade estatal se encontram nessas condições.



O governo petista do Rio Grande do Sul, porém, acredita que terá condições de administrar melhor as rodovias do Estado e de realizar os investimentos necessários. Para isso, criou uma estatal, a EGR, que cobrará pedágio mais barato e ainda fará melhorias.



Os números disponíveis, porém, mostram que esse objetivo não será facilmente atingido. Enquanto as concessionárias investiram nas estradas 55% do que arrecadaram, a EGR conseguiu alocar apenas 34,8%, segundo o jornal Zero Hora. A meta, diz o governo gaúcho, é chegar a 80%, mas a experiência no plano federal indica que, nesse caso, é grande a distância entre desejo e realidade.



O levantamento da CNT mostra que o investimento público federal em rodovias no ano passado, até 8 de outubro, foi de R$ 4,2 bilhões - apenas 33,2% do total autorizado. Na remota hipótese de que todo o investimento permitido tivesse sido executado, ainda assim teria sido insuficiente. Para os especialistas da CNT, seria preciso um aporte da ordem de R$ 355,2 bilhões para todas as obras necessárias na malha rodoviária, como a duplicação de 30 mil km e a construção de outros 18 mil km. O custo da melhoria das estradas e de sua administração é, portanto, insuportável para qualquer Estado - ainda mais para um Estado gigantesco e perdulário.



No caso das rodovias estaduais gaúchas, já se sabe que o fim da cobrança de pedágio resultará na suspensão de serviços de ambulância e guincho. Já as rodovias federais dependerão de recursos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte, cuja situação é de penúria.



No palanque, porém, tudo fica muito mais fácil. Com fanfarra e discursos inflamados, Tarso foi a uma das praças de pedágio, em Carazinho, para simbolicamente retomá-la, recorrendo à demagogia das cancelas levantadas. "Pode passar que é de graça!", gritou o governador para um motorista de caminhão que buzinou ao atravessar o posto. No entanto, passada a festa populista, os gaúchos sabem que esse "de graça" vai acabar saindo muito caro.



APOIE O PLANTÃO BRASIL - Clique aqui!

Se você quer ajudar na luta contra Bolsonaro e a direita fascista, inscreva-se no canal do Plantão Brasil no YouTube.



O Plantão Brasil é um site independente. Se você quer ajudar na luta contra o golpismo e por um Brasil melhor, compartilhe com seus amigos e em grupos de Facebook e WhatsApp. Quanto mais gente tiver acesso às informações, menos poder terá a manipulação da mídia golpista.


Últimas notícias

Notícias do Flamengo Notícias do Corinthians