'Crítica a Barbosa não é racial. É política

Portal Plantão Brasil
3/1/2014 14:39

'Crítica a Barbosa não é racial. É política

Deputado federal Edson Santos (PT-RJ), que foi ministro da Igualdade Racial, no governo Lula, vê no presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, uma antítese aos governos do PT no País

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2837 visitas - Fonte: Brasil247

Deputado federal Edson Santos (PT-RJ), que foi ministro da Igualdade Racial, no governo Lula, vê no presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, uma antítese aos governos do PT no País; para ele, Barbosa age não como juiz, mas como um candidato que terá sua "dura e firme oposição"; o petista desconsidera qualquer tipo de "bullying racial" contra Barbosa, como foi dito pela jornalista Ana Alakija; "Ele vai contra tudo o que o Brasil avançou em luta racial", diz ao 247 o deputado, que foi responsável pelo Estatuto da Igualdade Racial, combatido pela Globo, que apoia Barbosa incondicionalmente; "a mídia capturou Barbosa para o seu projeto"



Ex-ministro da Igualdade Racial, o deputado federal Edson Santos (PT-RJ) não enxerga qualquer tipo de "bullying racial" nas críticas feitas contra o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, como afirmou a jornalista Ana Alakija, editora da Agência Afro-Latina e Euro-Americana de Informação. Ao 247, Edson Santos, disse que a questão contra Barbosa "não é racial, mas sim política". "O que o senhor Joaquim Barbosa faz atualmente é um jogo político", afirma.



Para o petista, Barbosa é "peça no esquema dos tucanos, uma tentativa de volta do projeto neoliberal ao poder". "Tanto que FHC já sinalizou que ele pode ser candidato ao Senado ou até a vice-presidente", frisa.



Edson Santos vê em Barbosa o maior contraponto ao PT. "Ele tem uma postura a qual me oponho, que é de não reconhecer os avanços que o Brasil teve nesse período dos governos do PT, que permitiram criar o ambiente atual de qualidade de vida e de ação afirmativa para a entrada de jovens negros e pobres nas universidades, por exemplo. Além das medidas de inserção dos negros em ambientes dominados por brancos. E ele fez parte disto, que foi a iniciativa do presidente Lula de colocar um homem negro no STF, para representar um novo momento do país", afirma.



Outra questão levantada pelo deputado é a forma como o presidente do STF conduziu o julgamento da Ação Penal 470 e as prisões dos condenados. "A postura de JB se coloca, claramente, em oposição ao projeto do PT. A forma como ele conduziu a AP 470 com o claro objetivo de condenar, introduzindo até novidades na Teoria do Direito, estabelecendo que são os réus que têm que provar sua inocência. E não a acusação, a culpa. Sinceramente, Joaquim Barbosa vai contra tudo aquilo que o Brasil avançou em termos sociais e em luta racial, nos últimos anos em que foi governado pelo PT e pelos partidos aliados", afirma.



Denominando Barbosa de "principal algoz da AP 470", o petista cita a situação do ex-deputado Roberto Jefferson, também condenado na ação, mas ainda em liberdade, e recebendo tratamento diferenciado ao que foi dado ao também ex-deputado José Genoino.



"Veja a questão de Roberto Jefferson. Não é porque foi ele quem desencadeou este processo que vou desconsiderar que ele precisa de um tratamento diferenciado em relação ao seu estado de saúde, mas este direito também tem que ser garantido a José Genoino, que tem uma cardiopatia grave. Mas Barbosa insistiu em mantê-lo preso. Não no regime semiaberto, mas no fechado, como fez com Dirceu ilegalmente", ressalta.



Ministro responsável pela criação do Estatuto da Igualdade Racial, Edson Santos lembra que a oposição foi contrária ao projeto, bem como a Globo. "Isto só revela as reais posições de cada um de nós. A mídia acabou capturando Joaquim Barbosa para o seu projeto. Como principal partido de oposição, a mídia vê que Barbosa serve ao seu projeto. E Barbosa assume esse ar de celebridade que nada tem a ver com a função de presidente do STF", critica.



Questionado sobre a possibilidade de Barbosa ser realmente candidato, o deputado acredita que isto é uma decisão pessoal do presidente do STF. "Acho que ele já se comporta como candidato. Já sinaliza que é uma opção política. Ele tem todo direito de fazê-lo, mas terá a minha mais dura e firme oposição", reforça.







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