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Segundo o correspondente em Havana do jornal espanhol Publico.es, Cuba está encerrando seu primeiro ano de liberdade para viagens ao exterior sem registrar a fuga em massa de cubanos que seus políticos temiam e seus adversários desejavam.
Durante décadas, o regime cubano impôs restrições de viagem a seus cidadãos. A justificativa para tal medida era que consistia numa defesa estratégica do patrimônio intelectual cubano, visto que os EUA, principalmente, e outros países, patrocinavam campanhas para que profissionais cubanos saíssem do país. Pouco tempo após a revolução cubana, por exemplo, o país perdeu a metade de seus médicos, que emigraram para os Estados Unidos.
Mas a roda da história girou, e este ano Cuba removeu as restrições de viagem. Os principais dissidentes cubanos, como a blogueira Yoani Sanchez, viajaram o mundo como bem quiseram.
Segundo o Chefe do Serviço de Emigração, Coronel Lamberto Fraga, 250 mil cubanos viajaram ao exterior em 2013, 35% a mais que no ano anterior, e isto apesar dos EUA ter quase duplicado o número de visas concedidos em Cuba. A maioria desses viajantes já voltou a Cuba e alguns já saíram e entraram do país várias vezes. Não houve fuga massiva de cérebros, como temiam setores do governo. Os médicos, por exemplo, continuam participando, aos milhares, de programas de cooperação das missões cubanas em outros países, apesar de que hoje podem emigrar legalmente com toda a família.
Mais interessante ainda: há cubanos vivendo em outros países que estão voltando a Cuba. Só este ano, 3.500 cubanos se repatriaram. Segundo a reportagem, o número de solicitações é de dezenas de milhares, mas as autoridades demoram meses para aprovar cada caso.
É quase inacreditável constatar isso. Mas aquela ilhazinha frágil, quase colada na Flórida, para delírio de seus adversários, ainda resiste!
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