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por André Vargas*
Ao mesmo tempo em que o governo Beto Richa divulgava números e índices da violência e criminalidade, numa tentativa de explicar denúncias que fizemos sobre a falência da segurança pública no Paraná, uma onda de violência tomava conta da região do Bairro Novo B, no Sítio Cercado, em Curitiba. Um jovem era morto dentro de casa.
Foi o segundo homicídio envolvendo jovens em menos de dois dias. Evandro da Silva, de 24 anos, foi morto com vários tiros na Rua Presbítero Waldemiro Miguel Cidral. Helton Ferreira da Luz, 18 anos, foi morto a cerca de 30 metros de sua casa, que fica na Rua Mário Gasparin, no mesmo bairro. Em Pinhais, na região metropolitana da capital, um outro jovem foi baleado em uma tentativa de homicídio na noite de quarta-feira (19), no bairro Pineville. Wilian Ramos, de 20 anos, foi atingido por dois tiros na perna e peito.
Portanto, nossas denúncias vão além, porque ainda no mesmo dia, volto a repetir, em que o governo Richa tentava explicar os números da criminalidade, os telefones da Polícia Militar ficaram mudos por falta de pagamento, motivo de preocupação por parte de uma sociedade aflita.
Na região dos Campos Gerais – Ponta Grossa – mais de 100 carros da marca Renault, da Polícia Militar, estavam parados em um estacionamento, por falta de pagamento de serviços mecânicos, o mesmo acontecendo em Curitiba, com veículos da Ford, também da PM, parados por falta de pagamento de mecânica.
Este é, portanto, a nosso ver, um quadro triste e preocupante. Eu, como representante do povo na Câmara Federal, me sinto na obrigação não apenas de denunciar, mas de exigir que o governo estadual tome medidas urgentes para não nos tornarmos reféns do crime, seja ele organizado ou não.
Para ilustrar que a situação está complicada no Palácio Iguaçu, nas entranhas desse governo, quem vem enxugando suor e tendo calafrios é a secretária da Fazenda, Jozélia Nogueira. A informação de que o Estado do Paraná está com uma dívida de R$ 4 bilhões caiu como uma bomba no colo da secretária e da rapaziada, comissionada, que passa o dia no Palácio das Araucárias bolando notas para defender o que consideramos uma missão impossível: o governo Richa.
Bem! Pelo que tomamos conhecimentos, a secretária tem passado horas e horas reunidas com grupo de estudos sobre despesas públicas e emprego dos recursos dos cofres do Estado. E, dentro dos órgãos que mais preocupam a secretária, estão setores da Polícia Civil, Polícia Militar e da própria Secretaria de Segurança Pública onde, no QG da PM, faltam até alimentos para fortalecer os bravos soldados.
Chegam diariamente a meu gabinete queixas de fornecedores e prestadores de serviços que não estão recebendo do governo e alguns deles, de serviços essenciais, como limpeza, já ameaçam paralisar.
Lamentavelmente, estamos vivendo em um Paraná onde não se manipulam somente os índices de homicídios, do narcotráfico e do consumo de drogas, mas também os dados da saúde financeira do Estado e que o impedem de receber os salvadores empréstimos. Um Paraná irreal, com Índices de Desenvolvimento Humano (IDH e EDEB) abaixo do desejado, que nos envergonham, além do descontentamento crescente de professores, diretores, pais de alunos e alunos.
Os altos índices de criminalidade, aumento do narcotráfico e a violência como um todo, refletem diretamente na sociedade e entram em nossos lares, atingindo o coração de nossas famílias. Paralelamente, existem outros fatores que devemos considerar como graves neste contexto e que estão em alta, que são os delitos de rua, como roubos; criminalidade juvenil; crimes de gênero (contra mulheres e homossexuais); violência policial; e o binômio corrupção/impunidade.
Se não existem obras e projetos que esse governo, pelo menos, tenha a efetiva obrigação de cuidar dos cidadãos, investindo na segurança dos paranaenses. Ou ao menos falar a verdade.
*André Vargas, deputado federal pelo PT do Paraná, vice-presidente da Câmara, é colunista do Blog do Esmael. Escreve sobre poder e socialismo nas terças-feiras.
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