2185 visitas - Fonte: Tijolaço
Traz a Folha ótima reportagem de Natuza Nery dando conta do rompimento entre Aécio Neves e o marqueteiro Renato Pereira.
O motivo é a divergência sobre a condução da comunicação da campanha.
Pereira, como qualquer publicitário razoavelmente esclarecido faria, quer falar para os que não necessariamente odeiam o governo Dilma e têm urticária ao ouvir o nome de Lula.
Aécio, pressionado pela necessidade de garantir, primeiro, ser o candidato da direita e não deixar que outros acabem de rei deste terreiro, foi largando a linha do “sujeito afável” para se converter num “Rambo”, como o incitava explicitamente um dos mais proeminentes porta-vozes da neodireita, Rodrigo Constantino, na Veja:
“Suba o tom, deixe claro que não apenas discorda do governo petista, mas abomina tudo aquilo que essa corja autoritária tem feito com nosso país.”
Este é um conceito que – permitam o julgamento de quem tem 40 anos de política – qualquer marqueteiro se arrepia ao ouvir.
Porque leva a campanha para o discurso do ódio, troca o diálogo pelo xingamento e a construção pela demolição.
Portanto, automaticamente, gera o temor – ou a revelação – de que este candidato que diz que “abomina tudo” vai desfazer também o que de bom foi feito.
E o povo brasileiro tem a perfeita clareza de que muito de bom ocorreu neste país, como há décadas e décadas não acontecia.
Aécio, quando finalmente tomou o lugar de Serra como candidato da direita, também tomou para si o papel de Serra.
Aliás, nem mesmo Serra, quando tentou em 2010 livrar-se deste papel, teve de nele ficar – seja pela sua natureza, seja pela natureza da elite que foi representar – e abandonar aquele discursinho de “O Brasil pode mais” com que começou sua jornada eleitoral.
Aécio, que não tem o physique du rôle vai penar neste papel.
Dificilmente conseguirá ser um José Serra.
Certamente não conseguirá, assim, ser o Aécio Neves.
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