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NÃO ENTENDO POR QUE PETISTAS DE CARTEIRINHA VIVEM CRITICANDO O HADDAD
por TÃO GOMES PINTO, no 247, em 16.12.2013
Acho que um carguinho público faria essa turma mudar de ideia e defender o prefeito, cercado de abutres disfarçados de tucanos
O que há com o Haddad que irrita tanto alguns petistas? Será que é por que é bonito? Será por que mora na Vila Mariana e não na famosa Vila Nhocuné?
Ou será por que sabe se comportar em público, não costuma dizer palavrões, nem grosserias.
Ah sim… talvez por razões ideológicas. O prefeito de São Paulo estudou profundamente o marxismo. Tem doutorado na USP na matéria.
Acho que a maioria dos petistas que critica o Haddad não gosta de quem é marxista. Prefere quem? Stalin? Trotsky?
Ou será que não gosta de quem estuda, ou estudou, modo geral? Opta pela ignorância.
Só assim se explica a campanha insistente contra as ações do prefeito por parte de “companheiros”.
Eu sei que o PT é cheio de idiossincrasias, que tem “tendência” pra cá, “tendência pra lá, é um partidinho complicado.
Mas acusar o Haddad de privilegiar a mídia golpista — a saber Folha de S.Paulo, Estadão, a Rede Globo e por aí vai, quando anuncia alguma medida…
Pera aí. Isso se chama, em propaganda, “mídia técnica”. E a realidade é dura, mas é realidade: neguinho que precisa aparecer tem de sair na Globo.
Acho que os críticos preferiam que ele não recebesse mais jornalistas credenciados na prefeitura. Aliás, devia proibir a entrada dessa corja na sede do antigo Edifício Matarazzo.
Entrevista com o Haddad? Tem de consultar antes a Sociedade dos Blogueiros, ou Federação, sei lá se existe essa entidade!
Não deve ter sede. Mas tem sêde. De cargos públicos e das suas benesses, um mal que parece atingir 10 entre 10 petistas.
Esses caras têm o poder de me irritar.
Não o Haddad. Ele não dá a menor pelota para essa turma. Mas que é chato é.
Você tem um prefeito trabalhador, honesto, um homem de cultura, capaz de sustentar um debate ideológico de alto nível, defendendo pontos de vista que são a base dos movimentos de esquerda no planeta.
E vem lá um neguinho dizendo que “tá tudo errado”, que não é assim que faz, que o Haddad não pode sair na coluna da Mônica Bergamo ou na Sonia Racy, porque isso o transforma automaticamente num sabujo da direita.
Eu citei essas duas moças porque são o top do top das notícias que interessam à burguesia. Eu leio suas colunas às vezes.
Mas não me recordo de “notinha” – como são chamadas as informações das citadas colunistas, mencionando o Haddad que tenha saído nessas colunas nos últimos dias.
Por essas – e por outras, esse pessoal que se diz PT e critica o Haddad parece que está querendo mesmo é uma “boquinha” na prefeitura.
Um salário em torno de 17, 18, 20 paus por mês faria com que eles mudassem de opinião na hora e partissem na defesa do prefeito que anda cercado de abutres disfarçados de tucanos.
PS do Viomundo: Quem fez uma crítica direta a Nunzio Briguglio Filho — que comanda o setor de comunicação da Prefeitura — na blogosfera, foi o Rodrigo Vianna, aqui. Não acompanho as lutas políticas internas do PT. Sei que existem e podem ser destrutivas. Porém, se a sugestão é que um emprego vai calar o Rodrigo, certamente quem escreveu não conhece o Rodrigo, que não precisa nem nunca precisou de emprego público para sobreviver — e não se calaria nem que tivesse um.
Além disso, sinceramente, não conheço uma só pessoa que tenha dito que o prefeito não deva dar entrevistas a quem quer que seja. As sugestões feitas são sempre no sentido de que o PT desenvolva seus próprios canais de comunicação e que apoie uma reforma na regulamentação da mídia eletrônica, em defesa da sociedade, na mesma linha da regulamentação existente, por exemplo, no Reino Unido.
Mais: imaginar que a blogosfera fale com uma só voz e seja “comprável” com empregos ou verbas revela o desconhecimento completo sobre como funciona a blogosfera. É ideia antiga, dos tempos da mídia verticalizada, em que “comprar” o topo calava toda a hierarquia. É por isso que, então, bastava a um político fazer quatro ligações: Marinho, Frias, Mesquita e Civita.
O desconhecimento, aliás, está na origem dos equívocos cometidos pelo PT em geral e por Haddad em particular na política de comunicação, alguns dos quais derivam da falta de humildade para aprender, como se não estivessemos atravessando uma revolução completa no setor por conta das redes sociais.
Parece óbvio que gastos oficiais de publicidade da Prefeitura, bem acima dos “20 paus” acima mencionados, não calam críticos, como se pode ver na capa da Folha de S. Paulo. O curioso é que essa gente convive muito bem com as críticas à direita, mas não suporta as que partem da esquerda.
O fato é que, com as ferramentas certas, é possível falar com São Paulo por uma fração do que a Prefeitura gasta em dinheiro público para falar com São Paulo, mas se a Prefeitura cortar as verbas de publicidade existentes ou redirecioná-las não haverá justificativa para manter as “boquinhas” já existentes, certo?
Tem também o fator preguiça. É muito mais simples gastar os tubos com o canhão da Globo do que desenvolver ferramentas específicas para que a Prefeitura fale diretamente com os moradores de Itaquera, sobre problemas específicos de Itaquera, por uma fração do dinheiro. Dá trabalho e ainda pode desagradar a patota.
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