2177 visitas - Fonte: Blog do Bob Fernandes
POR RODRIGO RODRIGUES
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), disse nesta segunda-feira (16) que a decisão de banir os taxistas dos corredores de ônibus ou inseri-los nas faixas exclusivas ainda não foi tomada pela prefeitura e deve acontecer apenas depois de uma reunião marcada com o Conselho Municipal de Transportes (CMT) e o Conselho da Cidade.
A polêmica foi alvo hoje de uma manifestação de taxistas, que fizeram carreata a manhã toda contra de um estudo feito pela administração municipal e entregue ao Ministério Público na última quinta-feira (12), sugerindo a revogação da concessão dos taxistas andarem nos corredores de ônibus quando estivessem com passageiros.
O estudo da Prefeitura diz que os taxistas prejudicam a velocidade dos ônibus, que ficam limitados a uma quilometragem de apenas 6km por hora. O estudo também aponta que três a cada quatro táxis usam o corredor e que menos de 1% dos passageiros transportados nos corredores são usuários de táxi. A maioria esmagadora é de usuários de ônibus.
"Os taxistas não precisam se preocupar e podem ficar tranqüilos. A Prefeitura não vai tomar nenhuma decisão para incluí-los ou excluí-los sem ouvir a sociedade. A decisão será depois de um amplo debate", disse o prefeito.
Segundo Haddad, as reuniões do Conselho da Cidade e do CMT devem acontecer apenas em janeiro, porque a Secretaria Municipal de Transportes pediu mais tempo para preparar os estudos técnicos de viabilidade para apresentação pública.
O prefeito defendeu, contudo, que todas as partes envolvidas no assunto sejam ouvidas, inclusive levantando a hipótese de o assunto virar projeto para ser discutido na Câmara Municipal de São Paulo.
“Como impacta a vida de muita gente, penso que os taxistas, os motoristas de ônibus, os usuários de taxi e os usuários de ônibus poderíamos fazer uma discussão democrática sobre o assunto, no âmbito da Câmara Municipal e do Conselho da Cidade”, afirmou Fernando Haddad. “Nós não queremos tomar decisão nenhuma sobre esse assunto sozinho. O nosso objetivo é abrir os dados, não omitir da população e da imprensa as informações, pra que nos ajudem a tomar a melhor decisão. Tanto em relação das artérias, no que diz respeito ao rodízio, como na questão dos taxis nos corredores de ônibus e faixas exclusivas”, completou o prefeito.
Chaves da saúde
O prefeito participou nesta segunda-feira da entrega das chaves do hospital Santa Marina, no Jabaquara, região Sul de São Paulo. Conforme já adiantado pela reportagem do Terra Magazine, o hospital estava fechado há quatro anos e pertencia a operadora Amil. A unidade hospitalar foi desapropriada pela prefeitura por cerca de R$60 milhões e deve dar lugar, até junho de 2014, a uma unidade hospitalar do Sistema Único de Saúde (SUS) para atendimento geral da população.
O novo hospital Santa Marina deve ter cerca de 300 leitos, segundo o secretário municipal de Saúde. Segundo José de Fillipi Júnior, os recursos para reabrir o hospital devem sair do PROADI-SUS (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS) do governo federal.
O programa existe desde o governo de Fernando Henrique Cardoso e foi renovado com Lula. Ele autoriza cinco grandes hospitais privados de São Paulo, como o Sírio Libanês e o Albert Einstein, a deixarem de recolher 20% do INSS da folha de pagamento dos empregados em troca de contrapartidas em serviços para a população.
Nos cálculos do governo federal, só o Albert Einstein deixa de recolher cerca de R$200 milhões por ano em virtude do PROADI. Agora o Ministério da Saúde cobra as contrapartidas em forma de serviços à população. Parte desses recursos, cerca de R$100 milhões por ano, devem ser utilizados a partir de agora para custear parte dos gastos do Hospital Santa Marina.
O secretário de Saúde diz que o novo hospital terá uma forma de gestão diferente das chamadas Organizações Sociais (O.Ss). Mas não deu detalhes de como funcionará esse novo modelo de terceirização. O Santa Marina é o primeiro dos três hospitais que Haddad prometeu entregar aos paulistanos na campanha eleitoral de 2012.
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