As principais lideranças da categoria dos caminhoneiros fizeram um alerta nesta quarta-feira (3), desautorizando a paralisação convocada para quinta-feira por grupos ligados ao bolsonarismo. A CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística) e outros representantes de referência afirmaram que o movimento tem motivação puramente política e não atende às reivindicações reais do setor de transporte.
A "greve" foi convocada pelos bolsonaristas Chicão Caminhoneiro e Sebastião Coelho — desembargador aposentado e conhecido crítico do ministro do STF, Alexandre de Moraes —, com a circulação de conteúdos em grupos de WhatsApp e redes sociais. Contudo, a CNTTL rejeitou a iniciativa, afirmando em nota que "não compactua com movimentos de manipulação política que utilizem uma das categorias de transporte mais importantes do país para tais finalidades". A entidade teme que os motoristas sejam usados como base de apoio para projetos políticos que não representam as pautas do transporte rodoviário.
Veja:
Líder dos caminhoneiros anuncia paralisação nacional nesta quinta-feira.
Francisco Dalmora Burgardt, o Chicão Caminhoneiro, anunciou nesta terça-feira (2), em Brasília, que o movimento dos caminhoneiros vai iniciar uma greve geral nesta quinta (4). Ele se encontrou com o… pic.twitter.com/pFFBTu6HUD
A mobilização anunciada é, na verdade, um ato político disfarçado, segundo Wallace Landim, o Chorão, outra liderança de peso entre os caminhoneiros. Chorão reforçou que os organizadores tentam "levantar o movimento usando essa pauta do transporte para que os caminhoneiros parem". Ele alertou para o risco de que, mesmo com baixa adesão, pequenos grupos de bolsonaristas possam bloquear trechos estratégicos de rodovias e causar transtornos desnecessários à população.
A ANTB (Associação Nacional dos Transportadores Autônomos do Brasil), presidida por José Roberto Stringasci, também se posicionou categoricamente contra a paralisação. Stringasci reforçou que "o momento agora não é de paralisação da categoria" e destacou que qualquer mobilização fora de um debate amplo com sindicatos e associações traz riscos sérios de desabastecimento e insegurança nas estradas.
Enquanto Chicão e Sebastião Coelho tentam justificar o ato como uma busca por direitos não aplicados — sem convencer as entidades representativas —, a união das lideranças mostra que a categoria aprendeu a lição do passado e está rejeitando ser instrumentalizada pela extrema-direita em suas disputas políticas com o STF e o governo.
Com o repúdio das principais entidades, a paralisação convocada tem tudo para ser um fiasco, expondo a fragilidade e a motivação golpista dos seus organizadores. O setor de transporte garante que seguirá trabalhando, focado nas reivindicações reais da categoria e descolado da agenda radical.
Com informações do DCM
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