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A crise pública e sem precedentes entre Michelle Bolsonaro e os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro está paralisando a direita e expondo a completa falência de um projeto político que não sobrevive sem a figura do seu líder, hoje preso e impedido de coordenar a base que criou. O racha familiar, amplificado pelas críticas de Michelle à aliança do PL com Ciro Gomes no Ceará, revela mais do que uma briga pessoal: escancara a falta de um projeto de país e de uma liderança minimamente organizada no campo bolsonarista, que agora pátina em meio a falas desencontradas e disputas internas por uma suposta "voz" do ex-presidente.
Enquanto o governo Lula e o PT trabalham na articulação política nacional e na construção de uma base de sustentação programática no Congresso, a direita se vê travada pela guerra interna da família Bolsonaro. A interferência de Michelle em alianças estaduais, como no Ceará, e a pressão para lançar Carlos Bolsonaro ao Senado por Santa Catarina estão criando rachas e insegurança entre seus próprios aliados, inviabilizando a construção de palanques coesos. Esta instabilidade é um presente para a esquerda, que observa a fragmentação de uma oposição já enfraquecida pela prisão de seu principal nome e por denúncias de corrupção.
O cenário de caos se estende à sucessão presidencial. A aposta bolsonarista no governador Tarcísio de Freitas parece cada vez mais frágil diante de uma família que não consegue sequer falar em uníssono. A perspectiva de que, durante a campanha, um dos herdeiros ou a própria ex-primeira dama possa sabotar o candidato oficial revela a profunda desorganização e o caráter personalista e familiar de um projeto que nunca se democratizou. Esta implosão ocorre em um momento em que o governo Lula retoma a condução nacional, mostra resultados na economia e na saúde pública, e oferece estabilidade política – um contraste gritante com o espetáculo de desgoverno e intrigas que consome a oposição. A prisão de Bolsonaro não apenas o afastou da política, mas também desnudou a inexistência de um partido ou um ideário consolidado, deixando um legado de divisão e uma oposição incapaz de se constituir como uma alternativa soberana e unificada para o país.
Com informações do G1
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