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A deputada bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) está prestes a enfrentar o merecido acerto de contas na Câmara. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa tem na pauta desta terça-feira (2) a análise do processo de cassação de seu mandato, um passo crucial para extirpar de vez essa figura da política nacional. O relator, Diego Garcia (Republicanos-PR), apresentará seu parecer, embora a previsível tática da oposição de pedir "vista" possa, temporariamente, adiar a votação. O importante é que o processo avança, sinalizando que a impunidade bolsonarista está com os dias contados.
O cerne da cassação é a condenação definitiva (trânsito em julgado) imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que sentenciou Zambelli a mais de dez anos de prisão. A bolsonarista foi considerada culpada por orquestrar a invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com a colaboração do hacker Walter Delgatti, culminando na emissão de um falso mandado de prisão contra o Ministro Alexandre de Moraes. A gravidade dos crimes, que atentaram diretamente contra o Estado Democrático de Direito, exige a perda imediata do mandato, conforme já determinado pelo STF. No entanto, o Presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), optou por cumprir o rito formal, encaminhando o caso para a CCJ.
Essa não é a única mancha no histórico de Zambelli. A deputada ainda carrega outra condenação, por um ato de total descontrole e violência fascista: a perseguição armada a um jornalista em São Paulo, na véspera do segundo turno da eleição presidencial de 2022. Na ocasião, ela portava uma arma ilegalmente e cometeu constrangimento ilegal, evidenciando o padrão de ameaças e o uso da força que marcam a atuação de muitos bolsonaristas.
Fugindo da Justiça e da realidade de suas condenações, Carla Zambelli tentou escapar para a Itália logo após a primeira sentença. A fuga, no entanto, foi frustrada. Ela foi prontamente incluída na difusão vermelha da Interpol e acabou sendo presa em Roma, em julho, onde permanece detida na Penitenciária de Rebibbia. A estratégia de alegar "insanidade mental" para evitar a prisão, conforme noticiado, é apenas mais uma tentativa patética de se esquivar das consequências de seus atos.
Apesar dos adiamentos burocráticos, como o recente, causado por uma greve de servidores da Justiça italiana, o cerco se aperta. O Ministério Público da Itália já emitiu um parecer FAVORÁVEL à extradição da bolsonarista, atestando que não há impedimentos legais para o seu retorno ao Brasil. A extradição, portanto, é apenas questão de tempo, garantindo que Zambelli cumpra sua pena no país que tentou desestabilizar.
Se o parecer do relator for aprovado na CCJ, o processo seguirá para o Plenário da Câmara. Lá, a cassação definitiva exige 257 votos, e o histórico de descaso de Zambelli, que já acumula 21 ausências não justificadas, só reforça a necessidade de sua saída. Enquanto segue presa em Roma, ela chegou a participar remotamente de uma audiência na comissão em setembro, mostrando o nível de desprestígio a que chegou. O fim do mandato e a prisão são o destino inevitável para quem atentou contra a democracia.
Com informações da Fórum
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