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Um vídeo chocante, divulgado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato), revela estudantes do Colégio Estadual Cívico-Militar João Turin, em Curitiba, marchando e entoando uma música que faz apologia explícita à violência e ao ódio, em um claro caso de doutrinação extremista. Nas imagens, gravadas sob a supervisão de um militar da reserva, os alunos cantam uma letra que se refere ao Batalhão de Operações Especiais (Bope) e promove o massacre de populações periféricas.
A letra, de teor aterrorizante, questiona a missão do "homem de preto" do Bope e responde: "Entrar na favela e deixar corpo no chão. O Bope tem guerreiros que matam fogueteiros. Com a faca entre os dentes, esfola eles inteiros. Mata, esfola, usando sempre o seu fuzil". A presidenta da APP-Sindicato, Walkiria Mazeto, criticou a conduta e reforçou que a escola pública está sendo usada para pregar "o ódio, a violência, o massacre e o extermínio de comunidades periféricas", clamando para que o Poder Judiciário determine o fim do programa cívico-militar, que considera ilegal e inconstitucional.
O programa, que no Paraná abrange 345 escolas, é alvo de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no STF desde 2021, ajuizada por partidos progressistas como PT, PSOL e PCdoB. A ação questiona a lei que instituiu o modelo e o artigo que elimina a consulta à comunidade escolar para a escolha de diretores, concentrando a gestão nas mãos do governo, que nomeia um diretor civil para a parte pedagógica e um militar da reserva para a disciplina. Em março de 2024, o ministro Dias Toffoli determinou que o caso fosse levado ao Plenário para julgamento definitivo, sem prazo para ocorrer.
Diante do escândalo, a Secretaria de Educação do Paraná (Seed) emitiu uma nota afirmando que convocou os diretores da escola para prestar esclarecimentos, mas não divulgou a data da conversa. A pasta buscou se defender do flagrante, dizendo que "manifestações nessa linha não condizem com o compromisso do Paraná baseado em educação cidadã e transformadora", e destacou que os colégios cívico-militares têm se destacado em projetos como o Ganhando o Mundo e o Maratona Tech. Contudo, a Seed não informou qual a turma envolvida ou se haverá alguma medida punitiva contra o militar da reserva responsável pela atividade.
O episódio lança luz sobre os perigos do modelo de gestão militarizada na educação, onde a disciplina e a hierarquia, teoricamente supervisionadas por militares da reserva, como o que aparece no vídeo, se sobrepõem à educação cidadã. O programa já havia sido criticado por retirar da comunidade escolar o poder de escolha de seus gestores, sendo estes agora indicados pela Seed. Os alunos são obrigados a usar farda específica e têm o currículo alterado, incluindo o estudo da Constituição Federal, contrastando de forma grotesca com a pregação de violência e ódio registrada.
A divulgação deste vídeo, com a apologia direta ao assassinato nas favelas, reforça a tese dos críticos de que a militarização da escola pública pode se transformar em um ambiente de doutrinação ideológica extremista, violando os princípios de uma educação democrática e humana, e submetendo estudantes menores de 18 anos a um discurso que glorifica a violência estatal contra as populações mais vulneráveis.
Confira a letra cantada pelos estudantes:
"Homem de preto, o que é que você faz?
Eu faço coisas que assusta o satanás.
Homem de preto, qual é sua missão?
Entrar na favela e deixar corpo no chão.
O Bope tem guerreiros que matam fogueteiros.
Com a faca entre os dentes, esfola eles inteiros.
Mata, esfola, usando sempre o seu fuzil."
Assista ao vídeo nesse link:
Com informações do G1
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