1186 visitas - Fonte: Plantão Brasil
O Ministério Público Federal identificou indícios graves de fraude em uma operação envolvendo o Banco Master e o BRB, que adquiriu uma carteira de crédito de R$ 303 milhões proveniente da empresa The Pay Soluções de Pagamentos. A companhia, registrada em nome de uma atendente de lanchonete investigada por golpes com maquininha, não possui estrutura compatível com negócios desse porte: não tem funcionários, declarava contatos fictícios e sequer integra o setor financeiro.
Para os procuradores, o fato de a proprietária ter renda baixa e viver em um endereço simples reforça a suspeita de que a empresa servia apenas como fachada para movimentações irregulares. A transação se torna ainda mais suspeita porque o Master recomprou a carteira apenas dois meses após vendê-la ao BRB — já sob pressão e fiscalização do Banco Central.
A investigação começou quando o MPF questionou o BC sobre operações entre as duas instituições que não fechavam nas auditorias. Em manifestação, os procuradores afirmaram que transações semelhantes realizadas no ano anterior podem ter causado prejuízos significativos e que o conjunto de indícios aponta para o que pode ser uma das maiores fraudes bancárias da história do país. Entre janeiro e maio de 2025, o Master teria repassado ao BRB carteiras que somam R$ 12,2 bilhões.
Auditorias internas revelaram CPFs distribuídos por diversos estados, fluxo financeiro incompatível com as entidades que supostamente originaram os créditos e indícios de que os títulos sequer tinham lastro real. O pente-fino em 30 clientes mostrou inconsistências, e a análise de mais 100 contratos reforçou a suspeita de engenharia contábil para sustentar operações fictícias. Após o início das cobranças, a titularidade dos créditos passou a ser atribuída à Tirreno, empresa criada no fim de 2024 e dirigida por um ex-funcionário do Master — outro indicativo de um esquema articulado para socorrer o banco.
O MPF também apontou que contratos entre Master e Tirreno não tinham autenticação em cartório e que parte da documentação só foi produzida meses depois, algo incomum em operações bilionárias. Para os investigadores, é “atípico e desarrazoado” que apenas após questionamentos do BC o BRB tenha começado a exigir documentos robustos. Diante do avanço das provas, a Polícia Federal prendeu o banqueiro Daniel Vorcaro, que se preparava para viajar ao exterior, e outros executivos ligados às operações.
O BRB afirmou que sempre cumpriu as normas de compliance. Já a defesa de Vorcaro classificou a prisão como ilegal e disse que a viagem aos Emirados Árabes tinha como objetivo concluir a venda do Master ao Grupo Fictor. O caso agora está sob análise do Superior Tribunal de Justiça após recurso apresentado pelos advogados.
Com informações do DCM
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