21/11/2025 08:55

EUA recuam no tarifaço e Brasil exige retirada das punições contra Moraes

2768 visitas - Fonte: Plantão Brasil

O governo Lula vai ampliar as negociações com os Estados Unidos para derrubar as sanções impostas a autoridades brasileiras, entre elas o ministro Alexandre de Moraes, após Washington suspender a tarifa extra de 40% sobre parte das exportações nacionais. A retirada parcial do tarifaço abriu espaço para o Itamaraty pressionar pela revogação completa das restrições, que incluem o cancelamento de vistos de ministros do STF e punições políticas sem qualquer lastro jurídico.

As sanções começaram em julho, quando o governo Trump — sempre disposto a agradar Bolsonaro e seu círculo mais radicalizado — cassou os vistos de integrantes da Corte no mesmo dia em que Moraes determinou tornozeleira eletrônica para o ex-presidente. Pouco depois, os EUA aplicaram a Lei Magnitsky ao ministro, acusando-o de “violação de direitos humanos”, narrativa amplamente repetida pelo bolsonarismo. Em setembro, até a esposa de Moraes foi incluída na lista, num gesto evidentemente político.

Com a suspensão parcial das tarifas, o Itamaraty reforçou que a remoção das sanções sempre fez parte da agenda bilateral. Agora, com o ambiente mais favorável, o governo Lula pretende avançar para restabelecer completamente a normalidade diplomática — e desmontar o que restou da ofensiva bolsonarista que tentava internacionalizar ataques ao STF.

Em comunicado oficial, o governo brasileiro reafirmou a disposição para manter o diálogo e destacou os mais de 200 anos de relações entre os dois países. Também avisou que seguirá insistindo na retirada das demais tarifas remanescentes sobre bens manufaturados, que continuam pesando sobre setores importantes da economia.

A suspensão da sobretaxa beneficia uma lista ampla de produtos brasileiros, como carne, café, cacau, açaí, frutas diversas, especiarias, mandioca, sucos e até fertilizantes — mais de 200 itens que vinham sendo penalizados pela política comercial agressiva do governo Trump. A medida vale para mercadorias que entram nos EUA desde 13 de novembro, data da reunião entre Mauro Vieira e Marco Rubio.

Mesmo antes disso, os EUA já haviam reduzido tarifas de parte dos alimentos importados. A decisão mais recente completa outra etapa na revisão do tarifaço, mas mantém pendências importantes na relação bilateral, que o governo Lula pretende tratar junto com a anulação das sanções políticas infladas pelo bolsonarismo nos EUA.

Com informações do DCM

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