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O Ministério Público Federal afirma que o Banco Master só conseguiu atravessar 2024 graças à compra de suas Letras Financeiras por fundos públicos de previdência, mesmo após a Caixa Econômica Federal rejeitar um aporte de R$ 500 milhões e classificar os papéis como “atípicos e de alto risco”. Apesar do alerta, regimes próprios de previdência estaduais e municipais seguiram ampliando investimentos no banco, hoje investigado em âmbito federal.
Quase todo o volume de emissões do Master naquele ano — entre R$ 1,9 bilhão e R$ 2 bilhões — foi absorvido exclusivamente por RPPS, com destaque para o Rioprevidência, ligado ao governo de Cláudio Castro no Rio de Janeiro. Para o MPF, esse nível de exposição é totalmente incompatível com o perfil conservador que deveria proteger o patrimônio dos servidores.
A Procuradoria ressalta que investidores privados não demonstravam interesse pelos títulos do Master, algo que, em qualquer mercado saudável, acenderia todos os alertas. A concentração dos papéis nas mãos de gestores públicos indica rejeição do setor financeiro e risco de liquidez, situação que, segundo os investigadores, foi determinante para manter o banco operando.
Os procuradores apontam que a dependência do Master de emissões constantes pressionava sua liquidez, o que torna ainda mais grave a decisão dos RPPS de adquirir papéis subordinados — justamente o tipo que aumenta a exposição ao risco. A investigação agora avança para apurar se houve pressão política, lobby ou intermediação de consultorias para viabilizar essas operações.
O MPF também destaca que a sequência de compras por gestores estaduais e municipais, mesmo após o alerta da Caixa, revela comportamento atípico do mercado. O banco, que já sofria pressão regulatória, dependia dessas emissões para seguir funcionando, o que reforça dúvidas sobre a solidez da instituição e sobre os critérios adotados pelos responsáveis pela gestão dos fundos públicos.
Para a Procuradoria, a situação expõe fragilidades estruturais do modelo de negócios do Master e coloca em risco direto o patrimônio previdenciário de servidores. As próximas fases da apuração vão aprofundar o impacto financeiro das operações e identificar eventuais responsabilidades administrativas, civis e penais por decisões que deveriam priorizar segurança — e não interesses paralelos.
Com informações do DCM
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