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Flávio Bolsonaro (PL-RJ) embarcou nesta segunda-feira (17) para El Salvador na tentativa de se aproximar do presidente Nayib Bukele, ídolo da extrema-direita brasileira. Mas a viagem já começou esvaziada: apesar do pedido oficial aprovado no Senado, Bukele não receberá o senador, que terá apenas uma reunião com o ministro da Justiça e Segurança Pública do país, Héctor Gustavo Villatoro Funes. Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que segue em “autoexílio” nos EUA desde março, deve se juntar ao irmão diretamente em território salvadorenho.
O requerimento apresentado por Flávio na Comissão de Segurança Pública descrevia a agenda como uma “visita institucional” para discutir políticas de segurança, legislação penal e o sistema prisional. A iniciativa ocorre no momento em que o senador tenta ganhar protagonismo político com pautas de endurecimento penal, mesmo enquanto a própria família Bolsonaro enfrenta investigações graves no Brasil.
Bukele, tratado como “modelo” por bolsonaristas, governa desde 2022 sob um regime de exceção que já levou à prisão cerca de 88 mil pessoas. Organizações de direitos humanos denunciam abusos sistemáticos: prisões arbitrárias, tortura, mortes sob custódia e perseguição a críticos. Ainda assim, o presidente salvadorenho mantém alta popularidade e debocha das acusações de autoritarismo, dizendo não se importar em ser chamado de ditador.
A aproximação de Flávio e Eduardo com o governo salvadorenho acontece em meio a denúncias de abusos recentes, como a prisão de ativistas e advogados que criticam o regime e relatos de torturas feitas por venezuelanos deportados dos EUA, que passaram pelo megacomplexo penitenciário de El Salvador projetado para isolar supostos membros de gangues.
Para Flávio Bolsonaro, a viagem também serve como reencontro com Eduardo, a segunda reunião dos irmãos em menos de um mês. Em outubro, Flávio esteve em Washington para visitá-lo, retomando a articulação do núcleo familiar após meses de silêncio público do clã em meio ao avanço das investigações contra Jair Bolsonaro.
Apesar da tentativa de conferir grandeza institucional ao passeio, a ausência de Bukele expõe o esvaziamento político do bolsonarismo no exterior. O senador, que tenta se vender como referência em segurança pública, volta para casa com um encontro protocolar — e muita proximidade com um regime denunciado internacionalmente por violações de direitos humanos.
Com informações do DCM
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