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A COP30 entra nesta segunda fase decisiva com a chegada de ministros e representantes de alto nível, momento em que o Brasil assume papel central para destravar acordos políticos e pressionar países ricos a cumprirem o que prometeram desde o Acordo de Paris. A sessão de abertura em Belém terá discursos de Geraldo Alckmin, do presidente da conferência, André Corrêa do Lago, de Simon Stiell, da UNFCCC, e de Annalena Baerbock, da ONU, marcando o início da etapa em que compromissos precisam virar ações concretas.
Na primeira semana, a presidência brasileira adotou estratégia ousada: retirou da agenda temas travados há anos — como metas obrigatórias, financiamento climático, prestação de contas e barreiras comerciais — para liberar a mesa técnica e permitir avanço em mais de cem pontos operacionais. O objetivo é apresentar agora um texto-base capaz de construir consenso político, embora bastidores indiquem tensão crescente.
O financiamento climático permanece como o maior desafio. As discussões sobre o novo objetivo global de financiamento, que pode superar US$ 1,3 trilhão anuais até 2035, continuam sem convergência. Organizações ambientais alertam para reações duras dos países em desenvolvimento caso a promessa de triplicar recursos para adaptação siga apenas no papel. Para que esta de fato seja a COP da implementação, será preciso fechar indicadores e mapear com clareza o caminho para mobilizar esse volume de recursos.
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Outro impasse é a transição energética. A pressão por um compromisso concreto de abandono progressivo dos combustíveis fósseis cresceu após o discurso de Lula, mas segue sem definição. Para o Greenpeace, a resistência de alguns países paira como “nuvem tóxica” sobre qualquer avanço. Ainda que diplomatas brasileiros apostem em conversas francas e informais conduzidas por Túlio Andrade, a incerteza permanece sobre como transformar diálogos abertos em texto final.
A presidência da COP afirma ver “convergência crescente” em temas como aceleração das NDCs, ampliação do financiamento e reformas financeiras internacionais. Nos pontos sem consenso, três trilhas políticas foram apresentadas: um plano conjunto de implementação, alternativas para metas pré-2030 e caminhos para medidas comerciais, que seguem sob intensa negociação paralela.
Até o fim da semana, caberá aos ministros decidir se a COP30 conseguirá entregar o que promete: ser a conferência que finalmente tira do discurso o compromisso climático global — e coloca em prática a transição justa defendida pelo governo Lula.
Com informações do DCM
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