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O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal, admitiu pela primeira vez que a Polícia Federal já investiga a possível participação de autoridades com foro privilegiado no escândalo sobre venda de decisões judiciais no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O reconhecimento consta em um despacho ligado à Operação Sisamnes e representa uma mudança significativa na postura do ministro, que até então negava haver qualquer magistrado da corte sob suspeita.
A manifestação de Zanin foi uma resposta a pedidos de investigados que queriam transferir o caso para a primeira instância, alegando justamente a inexistência de indícios contra ministros do STJ. O ministro rejeitou o argumento e afirmou que, paralelamente ao inquérito principal, já existe um procedimento sigiloso em andamento destinado a apurar autoridades com prerrogativa de foro.
Segundo o ministro, esse procedimento separado justifica a manutenção do caso no STF. Zanin escreveu que a investigação analisa “a potencial participação de autoridade com prerrogativa de foro neste Supremo Tribunal Federal”, reafirmando, assim, que a corte é competente para conduzir a apuração — inclusive se ela alcançar magistrados da segunda mais alta instância do país.
A Polícia Federal, em relatórios recentes, já havia apontado sinais que levantavam suspeitas sobre ligações de ministros com pessoas investigadas. Um documento parcial entregue no mês passado revelou diálogos entre Catarina Buzzi — filha do ministro Marco Buzzi —, o empresário Haroldo Augusto Filho e o advogado Roberto Zampieri.
Além dos diálogos, foram identificados pagamentos feitos pela empresa de Haroldo para a advogada Anna Carolina Noronha, filha do ministro João Otávio de Noronha, o que reforça a linha de investigação sobre possível influência e tráfico de decisões dentro do tribunal.
O avanço das apurações pressiona o STJ, que enfrenta uma crise institucional sem precedentes, enquanto a PF amplia o cerco a intermediários, empresários e operadores jurídicos envolvidos no suposto esquema. Agora, com Zanin reconhecendo que autoridades com foro já estão no radar, o escândalo pode escalar para níveis mais altos do Judiciário brasileiro.
Com informações do DCM
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