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A principal advogada das Forças Armadas de Israel, major-general Yifat Tomer-Yerushalmi, renunciou ao cargo após admitir ser responsável pelo vazamento do vídeo que mostra o estupro coletivo de um prisioneiro palestino no centro de detenção de Sde Teiman, no deserto de Neguev. As imagens, divulgadas em agosto de 2024, exibiam soldados israelenses agredindo e violentando um homem algemado e vendado — cena que gerou comoção mundial e foi abafada por autoridades da extrema direita israelense.
Em sua carta de renúncia, Tomer-Yerushalmi afirmou ter agido sob “intensa pressão política” e disse que a divulgação do vídeo buscava conter “propaganda falsa contra as autoridades militares”. Segundo a denúncia original, o detento foi espancado por 15 minutos, recebeu choques elétricos e sofreu ferimentos graves no abdômen e nos pulmões, precisando passar por cirurgia emergencial.
Nove soldados chegaram a ser presos, mas apenas cinco continuaram respondendo por agressão, não por estupro — uma reclassificação criticada pela ONU, que alertou para a tentativa de enfraquecer as punições. Apesar da brutalidade das cenas, ministros da extrema direita, como Itamar Ben-Gvir e Bezalel Smotrich, saíram em defesa dos acusados e os chamaram de “heróis nacionais”.
Relatórios da ONU e do jornal Haaretz apontam que o centro de detenção de Sde Teiman abriga centenas de palestinos em condições desumanas, com práticas descritas como “semelhantes às de Guantánamo”: detentos acorrentados, espancamentos, choques elétricos e violência sexual, inclusive contra menores de idade.
Após a demissão da major-general, o ministro da Defesa, Israel Katz, atacou sua conduta, afirmando que “qualquer pessoa que propague calúnias de sangue contra as tropas das Forças de Defesa de Israel é inapta para vestir o uniforme do Exército”. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu endossou as críticas e disse que o caso foi “o ataque de relações públicas mais grave que o Estado de Israel sofreu desde sua fundação”.
Assista ao vídeo:
Soldados israelenses filmados est*prando refém palestino em campo de tortura sionista são ovacionados em tribunal de "israel".
— FEPAL - Federação Árabe Palestina do Brasil (@FepalB) November 12, 2025
Est*pradores confessos, os soldados são tratados como "heróis" por lideranças políticas e membros do governo israelense, com aparições recorrentes na… pic.twitter.com/TXejAxqJTL