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O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) denunciou nesta terça-feira (11) que Israel está impedindo a entrada de 1 milhão de seringas e outros itens essenciais destinados à vacinação de crianças em Gaza. Segundo o órgão, o bloqueio também atinge mamadeiras e geladeiras solares necessárias para armazenar vacinas, comprometendo uma campanha emergencial de imunização infantil em meio ao cessar-fogo precário.
As seringas, presas na alfândega israelense desde agosto, são classificadas como “itens de uso duplo” — ou seja, poderiam ter, segundo Tel Aviv, aplicação civil e militar. “Estamos enfrentando enormes dificuldades para liberar materiais urgentes, como seringas e geladeiras solares”, afirmou o porta-voz do Unicef, Ricardo Pires. O Unicef tenta vacinar mais de 40 mil crianças menores de três anos que não receberam doses de rotina contra poliomielite, sarampo e pneumonia.
Apesar da trégua humanitária, o Unicef denuncia que o fluxo de ajuda continua insuficiente e que a burocracia imposta por Israel está impedindo que suprimentos vitais cheguem aos abrigos e hospitais. “Precisamos de mais vacinas, mais equipamentos e mais acesso”, reforçou Pires. No primeiro dia da campanha, o Unicef conseguiu imunizar apenas 2.400 crianças, número muito abaixo do necessário para conter surtos em uma região devastada por dois anos de guerra.
O bloqueio também afeta 938 mil frascos de fórmula infantil prontos para uso e peças de reposição de caminhões de água, essenciais para atender uma população de 2 milhões de pessoas, em sua maioria deslocadas e desnutridas. “São quase um milhão de garrafas que poderiam estar chegando às crianças em situação crítica”, lamentou o porta-voz.
Enquanto Israel afirma que não impõe restrições à entrada de alimentos e remédios, organizações internacionais e agências da ONU contestam a versão, alertando que o cerco israelense agrava a crise humanitária e coloca em risco milhares de vidas infantis.
Com informações do DCM
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