11/11/2025 15:46

Exportações brasileiras driblam tarifaço de Trump e geram lucro bilionário fora dos EUA

1524 visitas - Fonte: Plantão Brasil

O tarifaço imposto por Donald Trump no fim de julho — com taxas de até 50% sobre produtos brasileiros — não conseguiu abalar o desempenho das exportações nacionais. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex/Mdic) analisados pelo Valor Econômico, o Brasil perdeu US$ 1,58 bilhão em vendas aos Estados Unidos entre agosto e outubro, mas compensou com um ganho de US$ 3,1 bilhões em outros mercados.

A lista de 1.503 produtos atingidos, elaborada pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), inclui desde aço e ferro até carne bovina e café. Segundo o economista-chefe do Iedi, Rafael Cagnin, o resultado mostra a força de adaptação da economia brasileira. “O tarifaço americano não é uma hecatombe. A sinalização é ruim, mas o Brasil reagiu bem”, afirmou.

Setores ligados ao início da cadeia produtiva, menos dependentes dos EUA, conseguiram redirecionar exportações com rapidez. Já segmentos com produtos mais industrializados enfrentam obstáculos estruturais, especialmente por causa das deficiências históricas de competitividade e infraestrutura.
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Os produtos semimanufaturados de ferro e aço, por exemplo, perderam 16,4% das vendas aos EUA (queda de US$ 96 milhões), mas aumentaram 27,2% em outros mercados. O saldo, no entanto, foi negativo. Já o café e a carne bovina congelada registraram expressivos ganhos: o café compensou amplamente as perdas com um crescimento de US$ 409 milhões em outros destinos, e a carne bovina teve alta de 64,3% nas vendas a países como México, China, Chile, Filipinas e Rússia, com lucro adicional de US$ 1,7 bilhão.

Para a economista Lia Valls, da Uerj e FGV Ibre, o movimento fortalece o Brasil em futuras negociações. “O mercado americano segue relevante, mas o impacto do tarifaço foi menor que o esperado. Isso dá mais poder de barganha ao país”, explicou.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem atuado pessoalmente para conter tensões comerciais. Em outubro, durante encontro com Trump na Malásia, Lula cobrou alternativas para reduzir as tarifas sobre produtos brasileiros. Mesmo com a queda de 24,9% nas exportações aos EUA, o país mostrou resiliência e ampliou sua presença global — um reflexo da força produtiva e diplomática do governo Lula diante das medidas protecionistas norte-americanas.

Com informações do Brasil 247

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