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O campo bolsonarista vive uma de suas maiores crises desde a queda do ex-presidente Jair Bolsonaro. O estopim da vez envolve o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e a deputada estadual Ana Campagnolo (PL-SC), que se preparam para dividir o palco em Santa Catarina, no próximo dia 21, para lançar um livro coassinado. O evento, apresentado como “cultural”, acontece em meio a uma guerra aberta dentro do Partido Liberal (PL), com traições, disputas por poder e ataques públicos entre aliados históricos.
Nikolas Ferreira, o parlamentar mais votado de 2022, tornou-se alvo direto de Eduardo Bolsonaro, que o acusou de liderar uma dissidência na direita. Segundo o filho do ex-presidente, o mineiro estaria tentando “se livrar do Bolsonaro de vez”, enquanto busca manter o apoio do eleitorado bolsonarista sem ter de “prestar contas” ao clã. A crítica expõe a profunda crise de identidade da extrema direita, cada vez mais dividida entre quem tenta sobreviver politicamente e quem permanece submisso ao patriarca condenado.
O racha também envolve Ana Campagnolo, uma das figuras mais populares do bolsonarismo em Santa Catarina. A deputada se insurgiu contra o plano do vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) de disputar o Senado pelo estado, defendendo o apoio a lideranças locais, como a deputada Caroline de Toni (PL-SC). A posição irritou os filhos de Bolsonaro, que chegaram a chamar Campagnolo de “mentirosa” nas redes sociais.
Para agravar a crise, Michelle Bolsonaro contrariou o próprio marido e declarou apoio público à deputada Caroline de Toni. “Estou fechada com a Carol independentemente da sigla partidária”, afirmou a ex-primeira-dama, em uma mensagem interpretada como recado direto a Carlos e Eduardo. O gesto de Michelle consolidou o racha no PL, criando dois polos de poder: o núcleo familiar bolsonarista e o grupo feminino que ela tenta liderar.
A disputa por espaço e influência mostra o enfraquecimento do bolsonarismo após a perda de popularidade do ex-presidente e as sucessivas denúncias de corrupção e envolvimento com milícias e espionagem ilegal. Enquanto Nikolas e Campagnolo tentam se reinventar, a família Bolsonaro luta para manter o controle sobre uma base cada vez mais fragmentada — e sob o risco de ruir antes mesmo das eleições de 2026.
O discurso covarde anti-Bolsonaro é o mesmo há muito tempo!@nikolas_dm tem um projeto pessoal de poder e coincidentemente deixou de ser perseguido após abandonar a luta pela ANISTIA e não fazer NENHUMA defesa do deputado Eduardo Bolsonaro!pic.twitter.com/0YjFX63nen
— João 8:32 ???? 2??2?? (@joao8_32_JB) November 9, 2025