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A possibilidade de Jair Bolsonaro iniciar o cumprimento da pena de 27 anos e três meses no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, abriu uma guerra política e institucional no Distrito Federal. O embate envolve o gabinete do ministro Alexandre de Moraes, o governador Ibaneis Rocha (MDB), a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e o deputado distrital Fábio Felix (PSOL). A disputa expõe o desespero da extrema-direita diante da iminente prisão do ex-presidente condenado por tentativa de golpe de Estado.
O estopim foi a visita de uma chefe de gabinete de Moraes à Papuda, no mês passado, o que levou bolsonaristas a especular que o ministro estaria preparando a transferência de Bolsonaro para o presídio antes de decidir sobre um eventual pedido de prisão domiciliar. O simples rumor provocou pânico entre os aliados do ex-presidente, que interpretaram a medida como “humilhação pública” e começaram a agir em várias frentes para evitar o encarceramento.
Na tentativa de adiar o inevitável, o secretário de Administração Penitenciária do DF, Wenderson Souza e Teles, enviou um ofício ao gabinete de Moraes pedindo uma avaliação médica especializada para Bolsonaro, alegando um “quadro clínico complexo”. O ministro foi direto e rejeitou o pedido, classificando-o como “inoportuno”. A negativa desmontou a manobra de Ibaneis Rocha, que tenta se equilibrar entre o bolsonarismo e a legalidade para não perder apoio eleitoral.
Com o plano frustrado, Damares Alves intensificou o lobby em defesa do ex-presidente. Ela pediu autorização para visitar a Papuda, argumentando que Bolsonaro sofre de sequelas do suposto atentado de 2018 e listou problemas como obstrução intestinal, refluxo e gastrite. A senadora ainda citou um relatório sobre a superlotação e a precariedade no presídio, mas o movimento foi visto por opositores como tentativa de criar um cenário favorável a uma prisão domiciliar.
Em resposta, o deputado Fábio Felix (PSOL) denunciou o tratamento privilegiado dado a Bolsonaro e cobrou do governo do DF que todos os 27 mil presos do sistema penitenciário passem pela mesma avaliação médica. “Essa seletividade fere o princípio da impessoalidade e o Estado democrático de direito”, afirmou. Felix lembrou que o governador tenta beneficiar Bolsonaro para evitar sua transferência para a Papuda.
Enquanto o STF conclui o julgamento dos últimos recursos, o destino de Bolsonaro se torna um novo campo de batalha política. O ex-presidente e seus aliados tentam transformar a execução da pena em espetáculo, mas o país aguarda que a justiça prevaleça — e que o mentor do golpe de 8 de janeiro finalmente cumpra sua pena atrás das grades.
Com informações do Brasil 247
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