7/11/2025 10:42

Escândalo no governo Tarcísio: Secretário é sócio de empresa que ele mesmo fiscaliza

6989 visitas - Fonte: Plantão Brasil

O secretário de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Guilherme Piai (Republicanos), é sócio de uma empresa ligada ao grupo Maggi — e que atua justamente em um setor submetido à aprovação da própria pasta que ele comanda. O caso levanta sérias suspeitas de conflito de interesses no governo Tarcísio de Freitas, segundo revelou o UOL.
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Em junho de 2024, Piai e seu pai, Sergio Luiz Leal Filizzola, fundaram a Fazenda Água Cristalina Ativos Ambientais SPE Ltda., tendo como sócia a Ambientale Ativos Florestais, com 40% de participação. As duas empresas compartilham o mesmo endereço e domínio de e-mail. A Ambientale, pertencente ao grupo Maggi, atua como consultoria e despachante na emissão e validação do Cadastro Ambiental Rural (CAR) — processo que, em São Paulo, depende da própria secretaria comandada por Piai.

O secretário alega não haver conflito, dizendo que a sociedade se restringe à monetização de uma fazenda da família em Mato Grosso, avaliada em R$ 24 milhões, e que entrou no negócio “a pedido do pai”. Porém, o crescimento anormal de 640% nos CARs validados desde que Piai assumiu o cargo — de 25 mil para 185 mil — levanta dúvidas sobre possíveis favorecimentos.

A Ambientale mantém relação direta com o governo paulista. Em outubro de 2023, um mês após Piai assumir o cargo, ele recebeu os diretores Roberto Maggi e Denis Storani em seu gabinete. No Instagram, a empresa chegou a elogiar publicamente a “eficácia” da secretaria. Além disso, os diretores também foram recebidos no Palácio dos Bandeirantes pela Casa Civil.


Especialistas ouvidos pelo UOL afirmam que há fortes indícios de conflito de interesse, uma vez que Piai é sócio de uma empresa que pode se beneficiar de decisões da secretaria. A professora Adriana Cecílio, da Uninove, diz que a Controladoria-Geral do Estado deveria investigar o caso. Já o advogado Luis Balieiro lembra que, desde 2019, a transferência da responsabilidade do CAR da área ambiental para a Agricultura “foi como entregar o galinheiro à raposa”.

O governo paulista ainda não divulga publicamente os dados sobre quem solicita os CARs, o que impede a checagem sobre quantos cadastros foram feitos pela Ambientale — a empresa da qual o próprio secretário é sócio.

Com informações do DCM



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