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A presidência da COP30, comandada pelo Brasil, apresentou um plano ambicioso de medidas fiscais globais para garantir o financiamento climático de US$ 1,3 trilhão anuais (R$ 7 trilhões) até 2035. Entre as propostas estão a taxação de jatinhos, grandes fortunas, artigos de luxo e bens militares, além de novas regras financeiras para incentivar investimentos verdes. A conferência começa na próxima segunda-feira (10), em Belém (PA).
O documento central do evento, chamado “roadmap”, foi elaborado em parceria com o Azerbaijão e traça o caminho para mobilizar os recursos necessários à transição ecológica global. A ideia é facilitar o acesso dos países em desenvolvimento ao financiamento privado internacional, o que pode gerar até US$ 650 bilhões — metade da meta total.
Entre as medidas propostas, está a revisão das regras de Basileia 3, criadas após a crise de 2008, que hoje restringem investimentos de longo prazo em energia limpa e infraestrutura sustentável. O texto defende que ajustes nessas normas não enfraquecem o sistema financeiro, mas reduzem riscos e ampliam o crédito climático.
O plano também prevê fortalecer bancos de desenvolvimento e fundos multilaterais, capazes de aportar US$ 300 bilhões por ano, além de estimular novas fontes, como o mercado de carbono, trocas de dívida por investimentos verdes e filantropia privada, que poderiam somar mais US$ 230 bilhões.
Em termos de arrecadação, a taxação de grandes fortunas renderia de US$ 200 bilhões a US$ 1,3 trilhão, enquanto tributos sobre aviação e transporte marítimo poderiam gerar US$ 223 bilhões, e impostos sobre bens de luxo e equipamentos militares, outros US$ 112 bilhões. Segundo o texto, “a ação climática deve ser vista como investimento, não como custo”.
O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, afirmou que o documento servirá como guia estratégico das negociações futuras. “Estamos na era da implementação. Não é mais sobre regras, é sobre ação”, disse. A proposta brasileira busca transformar a COP30 em marco histórico da transição verde mundial, reforçando o protagonismo do Brasil na liderança global pela sustentabilidade.
Com informações do DCM
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