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O senador Fabiano Contarato (PT-ES) foi eleito nesta terça-feira (4) presidente da CPI do Crime Organizado, derrotando o bolsonarista Hamilton Mourão (Republicanos-RS) por 6 votos a 5 em votação secreta. A vitória do petista representa um importante avanço político do governo Lula em meio à disputa pela narrativa sobre segurança pública. Por acordo, o senador Alessandro Vieira (MDB-SE), autor do requerimento que criou a comissão, será o relator dos trabalhos.
A CPI foi instalada após o massacre no Rio de Janeiro, que resultou em 121 mortos, e tem como objetivo investigar a estrutura, o financiamento e a expansão de facções criminosas como o Comando Vermelho (CV) e o PCC, além das milícias que atuam em todo o país. O colegiado também deve apurar lavagem de dinheiro, domínio territorial e prisional e conexões internacionais do crime organizado. O prazo inicial é de 120 dias, podendo ser prorrogado.
Após a derrota, Mourão foi escolhido por aclamação como vice-presidente da CPI. Tanto ele quanto Contarato e Vieira são delegados de carreira, o que deve dar um tom técnico às investigações, apesar das previsíveis tensões entre governo e oposição.
Durante a sessão de instalação, Contarato defendeu uma CPI “sem palanque político”, com base em dados e não em narrativas. “Não podemos transformar a dor das vítimas em disputa ideológica. O crime organizado corrói as instituições e alimenta um ciclo de medo, desigualdade e impunidade”, afirmou.
O relator Alessandro Vieira reforçou que pretende propor medidas concretas ao fim dos trabalhos: “O crime organizado se sofisticou e alcançou espaços de poder. É preciso modernizar a legislação e investir em inteligência e rastreamento financeiro.”
Para o governo Lula, a eleição de Contarato reforça o compromisso com o combate ao crime dentro da legalidade, sem recorrer a políticas de extermínio — marca da retórica bolsonarista. A primeira reunião da CPI deve ocorrer na próxima semana.
Veja a postagem do Senador no X:
Com 27 anos de experiência como delegado, afirmo que o combate ao crime organizado é uma das maiores prioridades do Estado brasileiro. Não apenas porque ameaça a paz e o sossego de cada trabalhador e trabalhadora neste país, mas porque corrói as estruturas da nossa democracia,… pic.twitter.com/rIrBSvUDw0
— Fabiano Contarato (@ContaratoSenado) November 4, 2025